ah, o desejo!
Gosto de tagarelar com pessoas de, digamos alguma, idade. Claro que só o consigo fazer quando a pessoa em causa não está vestida de um exagerado pretensiosismo.
Quando tenho à minha inteira disposição uma pessoa que goste de falar, contar situações do seu passado eu perco-me a ouvi-la. E se me for permitido raspar algumas frases de uma saudável ironia sobre a igreja ou sexo e serem aceites com elegância é delicioso. Dizer a uma pessoa com 82 de idade que assistir à eucaristia através da televisão não conta e que se encontra como tal em pecado e receber como única resposta um sorriso e um acenar de cabeça que me diz preto no branco: “é natural que pense assim Paulo… infelizmente”
Alguém assim é o que chamo de “pessoa vintage“: um verdadeiro regalo auditivo e mental. E neste monólogo recebi de bandeja outra pérola verbal de outros tempos: o beijo faz o desejo quando falávamos de marotagem.
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