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Adoro quando os livros que leio se cruzam e entrecruzam.
Adoro quando os livros que leio se cruzam e entrecruzam.
Contos de viagens. Textos curtos, quase sempre cruéis que espelham uma palete forte de emoções: solidão, inquietude, paixão, desespero, conformismo.
Com uma linguagem sem luxos a autora cria cenários febris, personagens exóticas – impossível não gostar desta escrita estimulante.
Tradução de Ana Falcão Bastos
Nesta viagem aprendo certamente a viajar; se aprendo a viver, isso não sei. As pessoas que parecem sabê-lo são tão diferentes de mim na sua natureza e nas suas maneiras, que não creio que possa aspirar a esse talento.
página 292
Viagem a Itália é um livro de viagens muito diferente do que já li. É, claro, um relato de uma experiência num país estrangeiro, mas acima de tudo um registo autobiográfico. Goethe deixa transparecer para o leitor as suas dúvidas, os seus desejos, e também, as suas idiossincrasias. Viagem a Itália acaba por contribuir para a construção de uma nova estética goetheana.
No livro ainda consta o ensaio sobre o “Carnaval romano“.
Tradução de João Barrento
Descrição de Goethe na sua “Viagem a Itália“.
À luz frouxa de algumas das lamparinas descobri uma bela Virgem.
Estava numa espécie de êxtase, os olhos meio fechados, a cabeça solta e pousada sobre a mão direita adornada de muitos anéis. Não me cansava de olhar para esta imagem, que me parecia ter encantos muito especiais. O manto é de folha dourada que imita muito bem um tecido rico de ouro. A cabeça e as mãos, em mármore branco, são, não direi de estilo elevado, mas trabalhadas de forma tão natural e agradável que pensa-mos que a todo o momento ela vai respirar e mexer-se.
Tem ao lado um anjinho que parece abaná-la com um pé de lírio.página 310
The Villa Palagonia is a patrician villa in Bagheria, 15 km from Palermo, in Sicily, southern Italy. The villa itself, built from 1715 by the architect Tommaso Napoli with the help of Agatino Daidone, is one of the earliest examples of Sicilian Baroque. However, its popularity comes mainly from the statues of monsters with human faces that decorate its garden and its wall, and earned it the nickname of “The Villa of Monsters” (Villa dei Mostri).
This series of grotesques, created from 1749 by Francesco Ferdinando II Gravina, Prince of Palagonia, aroused the curiosity of the travellers of the Grand Tour during the 18th and 19th centuries, for instance Henry Swinburne, Patrick Brydone, John Soane, Goethe, the Count de Borde, the artist Jean-Pierre Houël or Alexandre Dumas, prior to fascinate surrealists like André Breton or contemporary authors such as Giovanni Macchia and Dominique Fernandez, or the painter Renato Guttuso.
Sobre a sua visita a este Palácio Goethe no seu “Viagem a Itália” tem umas opiniões interessantes. Transcrevo algumas considerações:
Durante todo o dia de hoje ocupámo-nos dos absurdos do príncipe de Palagónia (…) e seria uma grande honra querer atribuir-lhe uma centelha que seja de imaginação.
(…)
O aspecto repugnante destes abortos produzidos pelos mais ordinários canteiros é ainda potenciado pelo facto de eles serem feitos dos mais soltos tufos de calcário conquífero;
(…)
Mas, para vos transmitir todos os elementos da loucura do principe de Palagónia, fazemos seguir o seu inventário.
(…)
Imaginem-se agora todas estas figuras produzidas em massa, geradas sem sentido nem razão, agrupadas sem objectivos nem critérios, imaginem-se estas peanhas, estes pedestais e estas disformidades numa sequência sem fim, e poderá ter-se uma ideia da sensação desagradável que se apossa de qualquer um que passa pelo flagelo destes desvarios.
(…)
Seria preciso um caderno, só para descrever a capela. É o cúmulo de toda esta loucura (…)páginas 314/315/316/317/318
Tenho a mesma opinião.
Aqui, Viagem a Itália, se fala de numismática…
Fez [Dr. Münter [1]] uma bela colecção de moedas e possui um manuscrito e, ao que me diz, organiza a numismática segundo princípios rigorosos, como os de Linné. Herder poderá informar-se melhor sobre isto, talvez ele permita que se faça uma cópia. Isto é possível, e é bom, que se faça, porque também nós, mais tarde mais cedo, teremos de levar mais a sério esta disciplina.
página 207
Esta pintura é considerada a mais famosa de Johann Heinrich Wilhelm Tischbein e nela é representada Goethe aquando da sua viagem a Itália.
A referência que consta no livro Viagem a Itália
A sua ideia é representar-me em tamanho natural em traje viajante, envolto num capote branco, sentado ao ar livre num obelisco caído, olhando para as ruínas da Campagna di Roma ao fundo.
página 210
A Igreja de Santa Maria sobre Minerva, também conhecida como Templo de Minerva, é uma igreja católica da cidade de Assis, na Itália. O templo original foi erguido no século I a.C. a mando de Gneus Cesius e Titus Cesius Priscus, que também deram sua contribuição para o projeto. Com o banimento do Paganismo o templo de Minerva foi abandonado.
Algumas palavras de Goethe sobre este templo no livro Viagem a Itália:
Chegámos finalmente à cidade velha propriamente dita, e eis que diante dos meus olhos se ergue a mais apreciável das obras, o primeiro monumento inteiro da antiguidade que eu via. Um templo modesto, à medida de uma cidadezinha como esta, e no entanto tão perfeito, de tão bela traça, que em qualquer lugar brilharia.
página 167
são regularmente gastos na produção e manutenção deste blog uns bons pedaços de caldo, suaves e frutadas cervejas.
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