mortes: um rato 1.0
Este rato já não incomoda mais os canários do meu pai.
Este rato já não incomoda mais os canários do meu pai.
– Pai podes brincar comigo? – perguntou a minha filha mal acabei de abrir a porta de casa.
– Daí a pouco, agora tenho de expulsar uns demónios – respondi, no meu tom mais que sério, deixando-a pensativa. E lá ficou no hall a ruminar. Deve ter sido por causa da palavra “expulsar” que no seu modesto vocabulário, certamente, ainda não tinha um adequado sinónimo.
[… pausa para processamento de informação …]
– MÃE, MÃE… OHHH MÃEEEEEEEEEEEEEEE, tenho medo, o pai disse que há bichos aqui – gritou a soluçar, e correu para a mãe que a deve ter abraçado estupefactamente aborrecida.
– Onde está o teu pai?
– Na casa de banho. E ’tá a gritar!
– Pois está, a gritar “saiam daqui demónios!” – frase dita num tom de voz tão gélido que me arrepiou até os cabelos que não tenho.
– O pai está a brincar. Não é a sério. Olha Margarida vai à cozinha buscar uma colher de pau para também nós brincarmos.
– Uma colher de pau? – questionou a inocente criança. Este pedido da mãe foi ouvido por um pai ligeiramente assustado. Uma névoa de suspeição já entrava na casa de banho por baixo da porta e pelo buraco da fechadura.
– Sim, Margarida, vamos bater com ela na cabeça do palerma do teu pai. Pode ser que com dois chifres ele convença os demónios a deixarem a nossa casa.
“Danger, Will Robinson!” – aí estava eu, mais uma vez, numa posição periclitante. Sou vítima de odiar a monotonia e sinto-me, como tal, na obrigação de criar momentos teatrais.
Um inocente pai apanhado por dois filhos diabos. E que descobriu isso apenas hoje ao limpar o cartão de memória da máquina.
Harrison Jones tem desta vez um papel importante na expansão Cataclysm e com ele temos uma das três principais quest lines de Uldum.
Há referências a vários episódios passados nos filmes de Indiana Jones – tudo do meu ponto de vista.
Estas três primeira imagens têm algumas semelhanças com a parte do filme “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” quando Indiana se enfia dentro de um frigorífico para se proteger de uma explosão nuclear.
[Upon opening the Well of the Souls and peering down]
Sallah: Indy, why does the floor move?
Indiana: Give me your torch.
[Indy takes the torch and drops it in]
Indiana: Snakes. Why’d it have to be snakes?
Sallah: Asps… very dangerous. You go first.from imdb
Luta de Indiana Jones com um soldado alemão que acaba, como aqui, por ser triturado pela hélice do avião.
A versão humana dos Alarm-O-Bot de Gnomeregan.
Belloq: So once again, Jones, what was briefly yours is now mine.
from imdb
[as the Nazis are opening the Ark]
Indiana: Marion, don’t look at it. Shut your eyes, Marion. Don’t look at it, no matter what happens!from imdb
Existem na Bíblia dois episódios mágicos de que gosto especialmente:
Agora, em adulto, imagino-me sentado num sofá de massagem com suporte para um copo de Dry Martini a que nunca faltaria o maravilhoso licor e as verdejantes azeitonas.
Descendo para os anos da infância constato com uma cristalina clarividência que todos os dias a minha mãe e pai realizavam diariamente a magia mais poderosa:
and last but not least a gaveta das meias e cuecas nunca esvaziava.
Ofereci ao membro mais novo da família um porquinho-da-índia abissínio de pêlo muito sedoso. Veio acompanhado de uma casota com um esconderijo, feno da montanha com extra camomila, ração, 750 gramas de cavie nature, 22kg de serradura. A compra foi uma decisão espontânea e como todas as coisas que realizo sem causa aparente tive um inicial calafrio de receio – mas o bicho é tão pequeno e fofinho. O que poderia acontecer de mal? Nada, certo? Errado.
O primeiro imprevisto surgiu logo em casa e muitas leis de Murphy poderiam ser aplicadas à situação: não foi fácil colocar a residência oficial do bicho no local pensado previamente. Com as medidas de 100cmx45cmx40cm a gaiola estacionou, finalmente, no balcão da cozinha junto à janela por uns justos centímetros, ufa! Primeiro mede-se o espaço e depois adquire-se o objecto, já deveria ter aprendido isto com o roupeiro, mas sou muito distraído com estes pormenores à carpinteiro. Tenho de admitir que não antecipo os problemas que podem ocorrer por ausência de medições prévias.
Ainda me recordo do meu primeiro contacto kafkiano com a bricolage: a colocação de uma estante na parede do quarto do meu filho. Na altura tinha uma enorme caixa de ferramentas 16 Dexter, habitáculo ideal para o vácuo. Actualmente tenho uma enorme caixa de ferramentas 16 Dexter com uma broca, fita adesiva preta, buchas, parafusos, martelo, desandador.
Na loja de ferragens: “Quero um parafuso para pendurar uma estante na parede.” “Na parede?” “Sim.” “Tamanho?” “Sei lá! Acho que deve ter 1 metro.” “Não, o tamanho do parafuso?” “Um que aguente a estante. Ou, melhor dois parafusos, a estante tem duas coisas de ferro na parte de cima.” “Ah, já vem com chapas para cabides!” “Só a montei seguindo as instruções no papel, não decorei o nome das peças.” “Pois. Bem, para isso parafusos 6 devem servir, mas se já tiver buchas leva parafusos para as buchas que tem.” “Buchas?” “Sim, são necessárias para fixar qualquer parafuso à parede.” “Veja. Eu tenho uma caixa de ferramentas com um martelo, uma broca, fita adesiva e com aquilo para apertar parafusos. Por isso dê-me o que preciso para colocar a estante na parede.” “Certo, dois parafusos 6, duas buchas 6.” “Não tem parafusos com outro feitio. A ferramenta que tenho para os parafusos não tem o formato desta racha.” “Certo, precisa de um desandador novo. O seu desandador deve ser de estrela. Mais alguma coisa?” “Não, acho que está tudo.” “Só uma pergunta. Qual o tamanho da broca?” “Não sei. O meu pai usou-a para furar a parte detrás do móvel da sala para passar o cabo da televisão e fiquei com ela.” “Mas então é uma broca de madeira.” “Não é mesmo de ferro.” “Não é isso. É uma broca para furar madeira.” “E?” “Precisa de uma diferente para furar a parede.” “Que seja. Hoje estou por tudo.” “Dois parafusos, duas buchas, uma broca, um desandador. Penso que basta. Tem berbequim?” “Não tenho, mas uso o do meu pai. Deve dar para furar a parede?” “Sim, só tem de usar a broca que leva.” “Certo. E já agora dê-me 20 parafusos e 20 buchas; assim, uso sempre as mesmas coisas para os trabalhos lá em casa.”
O estado de graça das grávidas termina quando deixam de o ser; não há bem que sempre dure, nem gravidez que não acabe.
Depois inicia-se o estado de graça do bebé e o pesadelo dos pais.
- Passado que é mais um ano cá me encontro a percorrer o mesmo caminho; a arrotar bom dia, boa tarde, boa noite. Estou a ficar farto
- há mulheres mesmo muito boas… mas que são de plástico.
- está a ficar calor. e ela está começar a morder as unhas das mãos.
- foi-me dito que “hoje em dia tudo tem um preço; até as putas!”
- e lá estava ela (sim ela) hipnotizada a olhar para a estrelas do monitor enquanto coça a barbicha disfarçada por uma mal depilação.
- continua a chover; e eu que estive a pensar em vestir o meu lindo kilt.
- alguém é suficientemente suicida para dizer à mulher/amante que está com um ligeiro (pequeno, minúsculo) excesso de peso?
- vou escrever uma coisa muito, mas muito intima, mesmo, mesmo ora leiam: hoje sinto-me adocicado
- acordei mesmo agora. bastou colocar os óculos.
- e o dedo furava-lhe o queixo com aquela unha suja que usava para tirar cera das orelhas
- era chamado de urso sempre que ela se abafava naquele corpo felpudo. uma catarse de pêlo
- que inveja tenho daquelas mulheres que milagrosamente perdem peso passados que são 9 meses; eu continuo constantemente grávido!
- o lápis ameaçava uma imaculada folha branca com um risco. é um lápis anarquista. se ao menos fosse para escrever um poema.
- se os economistas se dedicassem a fazer desenhos o mundo seria um melhor lugar para viver
- fui acusado de não ter papas na língua! eu por acaso tenho culpa de ter sido treinado pela minha mãe a papar tudo e a não deixar nada?
- a aturar o canal panda. a filha faz desenhos. vê televisão. já é um sistema operativo multi-tarefa
- dizem-me que sou complicado; uma decisão rápida: entre o vodka martini e o dry martini vou por este último. sou de escolhas fáceis
- chegaram à conclusão que não sou maluquinho; sou mesmo doido.
- um bêbedo é como um pombo-correio sabe sempre o caminho para o pombal.
- chovia… um vizinho perguntou se não era melhor atravessar a rua a correr para se abrigar. respondi que assim se molhava mais rápido.
- Margarida, qual é a pessoa mais doida que conheces?, perguntei. És tu pai. E a seguir a mim?. Só tu pai, só tu é que és doido.
- ele não é simplesmente um chato; é um verdadeiro asno. zurra.
- existem pessoas que deixam crescer a barba por desleixo; eu não – a minha sobeja por uma questão de estilo. okay! fiquem bem.
- há visitas a blogs ao estilo “prostituta” – entram, e saiem satisfatoriamente anónimos.
- outras há ao estilo “coito interrompido” – antes de entrar já estavam de saída!
- ela puxava o lábio superior até o nariz beber da humidade labial; os dentes revelam-se em toda a sua magia amarela
- não me está a acontecer nada de especial. mas achei, apesar de tudo, dar a conhecer esta irrelevância.
from the perverse mind of paulo brito
Ontem uma dona senhora de veneráveis 94 anos elogiou a minha mulher; “estás mais linda!”
A dona senhora que conhece o meu pai, os meus falecidos avôs (até aquele que não conheci), há mais tempo que moi-même , merece o meu devido respeito – respek!
Quando chegou a altura – piscou os olhos na minha direcção – de me oferecer um sermão laudatório, não os poupou (os panegíricos); “estás mais gordo!”, “parece que vais dar à luz!”
Nada a dizer perante aqueles 94 anos – “R.E.S.T.E.C.P! Owz anyone out there meant to restecp each otha? If you lot in ‘ere, don’t even start restecpa-ing one another.[1]“
[1] from the Ali G Movie
Este é o habitante mais irritante da casa. Odeio o bicho e amaldiçoo o dia em que num impulso de estupidez o ofereci à minha filha – “pai que coisa fofa..”; arhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Tenho de o despachar de alguma forma da residência.
Já experimentei dizer à minha filha, quando esta durante a sacra limpeza semanal do chiqueiro não o viu (estava dentro do balde azul da reciclagem), que o tinha comido, mas ela gritou, chorou, chamou pela mãe entre soluços e acusou-me perante todos os seus conhecidos que eu ia comer o bicho; eu que até já sonhava com um guisado de ervilhas.
Não suporto o dito animal e tenho de do despachar de casa. A solução passa por contratar um hitman ou por o introduzir na trituradora da cozinha enquanto faço um filme para o youtube.
o irritante
O sacana do bicho que já teve a ousadia de me ferrar o dedo indicador da mão direita tem de ser eliminado vivo ou morto. Definitivamente.
são regularmente gastos na produção e manutenção deste blog uns bons pedaços de caldo, suaves e frutadas cervejas.
my goal is to keep me satisfied!
porta VIII is my personal site. Grab a beer and sit tight.
Are you comfortable? Take a look around to the new stuff and adventure trough the archives. Cá me podem encontrar a percorrer o mesmo caminho; a arrotar bom dia, boa tarde, boa noite, e por vezes um até já.