Quando o sonho tem como personagem principal uma caixa que tem de ser embrulhada com papel que não existe é um tumulto mental – cansaaaaaaaaaaativo!
Quando o sonho tem como personagem principal uma caixa já embrulhada em papel, mas sem fita cola para o manter colado é um tumulto mental – cansaaaaaaaaaaativo!
Odeio estes sonhos tão abstratos, tão estúpidos. Saio sempre desse limbo onírico cansaaaaaaaaaaado. Realmente cansaaaaaaaaaaado.
Chegas a casa depois de um esgotante dia de trabalho. Trocas de roupa e vestes algo mais confortável. Cortas um pedaço de queijo emmental e abres uma garrafa de chardonnay. Instalas-te no sofá da sala e ligas a televisão. Acompanhado pelo emmental e por um copo de chardonnay viajas por diversos canais. Petiscando dessas duas iguarias vês segundos e segundos de imagens sem te fixares em nada. Sentes crescer um torpor. É aquela sonolência reconfortante, sem hora marcada. Colocas a televisão em mute no Nautical Channel. Deitado e aconchegado até ao pescoço por um cobertor de papa deixas-te finalmente conquistar pela modorra e adormeces.
A minha companheira de cama informou-me que passei a noite toda a sonhar e a peidar-me. Tive o prazer de a esclarecer que sonhei que era um soldado numa guerra e o que ela pensou ser traques eram tiros – pum! pum! pum! Os meus sonhos têm efeitos sonoros muito especiais.
Vi ontem o primeiro episódio “The Outsider“, baseado na obra com o mesmo nome de Stephen King, e gostei.
Se algumas adaptações para a nona arte de histórias de Stephen King são logo nos primeiros minutos uma vergonha, com esta série isso não acontece, promete.
A atmosfera está perfeita; o enredo bem cadenciado – sublime – ajudado por uma banda sonora que se acomoda muito bem.
Adorei a actuação, plena de potencial. Aguardo com ansiedade mais episódios.
https://portaviii.barcelos.info/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.png00porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2020-01-15 10:01:122020-01-15 10:53:05the outsider, a série
Para me manter na crista da onda vou tentar listar, por que a vida também se faz de listas, alguns dos livros que me satisfizeram ACIMA da MÉDIA em 2019.
Uma tribo de gente chamada o Nó Verdadeiro viaja à procura de sustento pelas autoestradas da América. Parecem inofensivos e são, sobretudo, velhos. Mas, tal como Dan Torrance bem sabe, e Abra Stone não tarda a descobrir, os membros do Nó Verdadeiro são quase imortais e vivem do «vapor» produzido pelas crianças com o «brilho» quando são lentamente torturadas até à morte. Assombrado pelos residentes do Hotel Overlook, onde passou um ano horrível da sua infância, Dan anda há décadas à deriva, tentando libertar-se do legado de desespero, alcoolismo e violência deixado pelo seu pai. Por fim, instala-se numa cidade de New Hampshire, numa comunidade de Alcoólicos Anónimos que o apoia e num trabalho num lar, onde o «brilho» que lhe resta oferece um derradeiro conforto aos moribundos. Com o auxílio de um gato presciente, torna-se o «Doutor Sono». E depois Dan conhece a evanescente Abra Stone, e é o espetacular dom dela, o brilho mais vivo que ele já viu, que dá novo alento aos fantasmas de Dan e o impulsiona para uma guerra épica entre o bem e o mal para salvar Abra e a sua alma.
Wook
Adorei a leitura da sequela TheShining. Stephen King no seu melhor.
Doutor Sono é uma leitura que assusta e diverte – delirante.
Tradução de Ana Lourenço e Maria João Lourenço
Na esquina uma miniatura da personagem Altaïr Ibn La’ahad da saga Assassin’s Creed.
https://portaviii.barcelos.info/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.png00porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2019-09-30 10:52:462020-01-17 15:24:15doutor sono de stephen king
— Quanto tinha cinco anos, caí doente de hoxa e o papá fez promessa à Senhora de Muxima em como se eu escapasse nunca procuraria mulher. Agora o velho esgota a virilidade para descumprir o juramento mas é tudo desgraçadamente inútil. Fui muximado pela dona, sagrou-me o corpo sua graça. — E depois, cofiando a pera: — Sabes que os tubarões não dormem nunca? Pois eu depois que sarei aconteceu-me como aos tubarões: caí em perpétua vigília. Passo as noites a amar, a beber e a jogar porque outra coisa não posso fazer. O sono é a imitação da morte e é a morte que dá sentido à vida. Por isso a minha vida não tem sentido nenhum! Vivo para esquecer que vivo; e para contrariar a vontade de meu pai.
Há noites em que sonho com os meus mortos; aí vivem através de mim e nesses momentos inventamos novas alegrias que, contudo, se desvanecem no acordar. Acordo sempre com mais vontade de sonhar.