após…

Acho que após ler a pilha de livros que tenho acumulado para ler vou começar mais a reler os clássicos da minha juventude e outros clássicos que me tenham passado despercebidos. É uma ideia louca(!) como qualquer outra, certo?

Tenho tido muita vontade de reler Guerra de Paz, D. Quixote de La Mancha, Cartuxa de Parma, A Educação Sentimental, Moby Dick, A Mulher de Branco, Dublinenses, Fausto, Ulisses,  e outros …

Não implica que continue fiel a certos e determinados autores.

oulipo: bisexuelle 01

Je suis en train de perdre mon contenance,
après avoir vu dans la main de mon ami un certain liquide…
Je confirme qu’il s’agit d’une bière; maudit distance!

campo maféfico terrestre

Até 1054 considerava-se que a terra estava rodeada por um campo magnético com os seus pólos próximos aos pólos geográficos da Terra. O facto de a localização dos pólos não ser estática, chegando a oscilar vários quilómetros por anos era motivo de confusão para os teólogos cientistas.

Esta teoria foi refutada em Abril de 1054 quando o Papa Leão IX sofreu um mortal ataque de coração causado pela súbita aparição – puf – do Diabo Balão nos seus aposentos.

O Diabo Balão (único diabo avistado até à data) foi capturado e interrogado ad nauseam.

Ficou-se, finalmente,  a saber a razão das forças maléficas nunca terem sido bem sucedidas a conquistar a terra. Atacar a terra significa subir das profundezas do inferno. Ora ascender é algo “bom”. Significa elevação (sentimento incompatível com o mal), por isso as forças do mal têm de descer. Contudo, e tendo em conta que a terra é redonda se descerem em demasia começarão a subir de outro lado. O lugar ideal, válido para qualquer diabo é o centro.

[para mais informação pode ser consultado o artigo sobre a definição da circunferência na geometria euclidiana]

Nestas subidas e descidas é criado o Campo Maléfico Terrestre. Ironicamente são os diabos nas suas movimentações que protegem a terra das partículas carregadas do vento solar. Ainda não se saber a razão do Diabo Balão ter conseguido ascender à terra. A teoria geralmente aceite é ele ter aproveitado a ruptura causada na Igreja pelo Grande Cisma do Oriente.

viagem a itália de johann wolfgang von goethe

Nesta viagem aprendo certamente a viajar; se aprendo a viver, isso não sei. As pessoas que parecem sabê-lo são tão diferentes de mim na sua natureza e nas suas maneiras, que não creio que possa aspirar a esse talento.

página 292

Viagem a Itália é um livro de viagens muito diferente do que já li. É, claro, um relato de uma experiência num país estrangeiro, mas acima de tudo um registo autobiográfico. Goethe deixa transparecer para o leitor as suas dúvidas, os seus desejos, e também, as suas idiossincrasias. Viagem a Itália acaba por contribuir para a construção de uma nova estética goetheana.

No livro ainda consta o ensaio sobre o “Carnaval romano“.

Tradução de João Barrento

arcadian war turtle

Uma mount esquecida, hoje foi comprada. Mais uma.

os despojados de ursula k. le guin

Em Anarres, um planeta conhecido pelas extensas áreas desérticas e habitado por uma comunidade proletária, vive Shevek, um físico brilhante que acaba de fazer uma descoberta científica que vai revolucionar a civilização interplanetária. No entanto, Shevek cedo se apercebe do ódio e desconfiança que isolam o seu povo do resto do universo, em especial, do planeta gémeo, Urras.
Em Urras, um planeta de recursos abundantes, impera um sistema capitalista que atrai Shevek, decidido a encontrar mais liberdade e tolerância. Mas a sua inocência começa a desaparecer perante a realidade amarga de estar a ser usado como peão num jogo político letal.
Que esperança e idealismo restam a Shevek, aprisionado entre dois mundos incapazes de ultrapassar as diferenças? E ao desafiar ambos os regimes políticos, conseguirá ele abrir caminho para os ventos da mudança?

Lido pela primeira vez com 17 anos (1985), numa edição das Publicações Europa-América, quando estava em França a passar umas longas férias, “Os Despojados, Uma Utopia Ambígua” de Ursula K. Le Guin foi um livro que me marcou.

edição pelas publicações europa-américa em dois volumes

Quando a Saída de Emergência decidiu reeditar esta obra magistral comprei-a, sem sobressaltos, assim que lhe coloquei os olhos em cima. Adiei foi o prazer da sua releitura até que, enfim, tive de pegar no livro.

Terminei-o hoje e continua a ser um livro cheio de vivacidade, com personagens marcantes – uma história intemporal.

Tradução de Fernanda Semedo

A revisão podia ser mais cuidada. O livro apresenta algumas gralhas desnecessárias.

O livro é composto por 13 capítulos identificados de Capítulo 1 ao Capítulo 13.
Na edição das Publicações Europa-América os 13 capítulos têm a seguinte denominação:

  1. ANARRES. URRAS
  2. ANARRES
  3. URRAS
  4. ANARRES
  5. URRAS
  6. ANARRES
  7. URRAS
  8. ANARRES
  9. URRAS
  10. ANARRES
  11. URRAS
  12. ANARRES
  13. URRAS. ANARRES

we get you

Descobri hoje esta campanha da empresa Saatchi & Saatchi realizada em 2015. Adorei os cartoons com mensagens provocadoras e bizarras.

e.n.c.a.r.r.e.g.a.d.o.

É mais que certo que o mundo do trabalho está cheio de fungos capazes de quebrar as restrição térmicas que têm protegido a sanidade do trabalhador. Contudo e tendo em conta que as alterações climáticas estão a originar o aparecimento de alguns nabos laborais foi criado um analista de risco: o E.N.C.A.R.R.E.G.A.D.O. [Elegante Nabo Capaz de Alcançar Ridículos Raciocínios Enquanto Garante Actividades de Desgaste Operacional]

aniquilação, o filme

A minha opinião sobre o filme é mista.

Direi, primeiro, que gostei de ver uma adaptação do primeiro livro da trilogia Southern Reach de Jeff Vandermeer.

Direi, em segundo, que não foi conseguido com consistência transmitir para o ecrã a perturbação, o terror cósmico das páginas. O filme, realizado por Alex Garland não deixa, contudo, de ter momentos belos e estranhos. Falha, contudo, em transmitir o terror que atravessa a mente das personagens – grande valia da literatura.

area x

Natalie Portman está perfeita e conseguiu criar ao seu redor uma atmosfera intensa e hipnótica.

Em resumo: Aniquilação podia ter ido mais longe para ser memorável.

⭐⭐⭐⭐/10

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