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with lamp & with thunders

A primeira imagem revela-me a ter uma ideia.

A minha filha disse-me que eu com este cabelo pareço um cientista doido e malvado. Por isso coloco uma nova e melhorada fotografia.

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eu e os relâmpagos

link arms with toads! com fotos

Link Arms With Toads! por Rhys Hughes. É possível ver na foto o estado em que mantenho a minha mesa de cabeceira – sempre com paletes de livros.

Os sapos são da minha filha. A segurar no livro parcialmente escondida vemos o seu cabelo preto.

se as vacas voassem

merdadois

merda de ave

“A tua sorte foi as vacas não voarem” – disseram-me.

Hoje logo pela manhã aconteceu-me um verdadeiro ataque aéreo capaz de fazer inveja a qualquer top gun.

Fui bombardeado por um pomba com um míssil balístico de merda líquida. Quando dou por mim não era, apenas, o cabelo que estava sujo, era a roupa, o livro que levava na mão, a carteira. Peguei no lenço para minimizar o problema e um fio de caca aviária descia pela testa.

Já tinham cagado em cima de mim, mas nunca literalmente. Outro animal que odeio. Vou acabar por comprar uma simples LG 21 Panther e andar sempre de chapéu; sinto que o meu zero craniano serviu de mira.

Serve-me de consolo a linda pança que evitou qualquer bombardeamento das partes baixas.

expulsar os demónios

– Pai podes brincar comigo? – perguntou a minha filha mal acabei de abrir a porta de casa.
– Daí a pouco, agora tenho de expulsar uns demónios – respondi, no meu tom mais que sério, deixando-a pensativa. E lá ficou no hall a ruminar. Deve ter sido por causa da palavra “expulsar” que no seu modesto vocabulário, certamente, ainda não tinha um adequado sinónimo.

[… pausa para processamento de informação …]

– MÃE, MÃE… OHHH MÃEEEEEEEEEEEEEEE, tenho medo, o pai disse que há bichos aqui – gritou a soluçar, e correu para a mãe que a deve ter abraçado estupefactamente aborrecida.
– Onde está o teu pai?
– Na casa de banho. E ’tá a gritar!
– Pois está, a gritar “saiam daqui demónios!” – frase dita num tom de voz tão gélido que me arrepiou até os cabelos que não tenho.
– O pai está a brincar. Não é a sério. Olha Margarida vai à cozinha buscar uma colher de pau para também nós brincarmos.
– Uma colher de pau? – questionou a inocente criança. Este pedido da mãe foi ouvido por um pai ligeiramente assustado. Uma névoa de suspeição já entrava na casa de banho por baixo da porta e pelo buraco da fechadura.
– Sim, Margarida, vamos bater com ela na cabeça do palerma do teu pai. Pode ser que com dois chifres ele convença os demónios a deixarem a nossa casa.

Danger, Will Robinson!” – aí estava eu, mais uma vez, numa posição periclitante. Sou vítima de odiar a monotonia e sinto-me, como tal, na obrigação de criar momentos teatrais.