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um problema químico…

Para mim ter uma relação sexual é tão normal como roer a unha do dedo grande do meu pé esquerdo ou, numa imagem mais inocente, como pescar moncos dentro do nariz. Entendo, que pessoal, que só “faça o amor” a cada 29 de Fevereiro se sinta revoltado com a minha desenvoltura – temos pena!

Contudo, hoje, não falarei de sexo, mas de química, para perceberam que BigPole é um poço de sabedoria e para abafar, igualmente, os críticos mentecaptos.
Irão concluir, não apenas que a química está presente em muitos actos da nossa vida, mesmo naqueles que pensamos que não, mas também que eu subjugo não apenas o sexo como a química. Um pouco de arrogância nunca me fez qualquer mal.
Acho que será a primeira vez que vai ser tratado, de forma consensual porque quimicamente, o resultado de uma actividade realizada por qualquer ser humano desde sempre. Tentarei usar uma linguagem simples, singela. Aqui vai…

Ontem, ou se preferirem hoje de madrugada, eram cerca das 03h15m, num ambiente de néon proveniente da minha sanita, quando estava a descer uma calça Denim Fit Loose e uma cueca boxer Hom, com um adorável desenho de fantasia e, cuja textura ultra-leve aconchega na perfeição o meu orgão genital, para alapar as nádegas numa Kohler com assento aquecido, pensava no tempo que se perde a evacuar; daí que tenha sempre à mão algumas revistas para folhear.

Depois de terminar o meu serviço, já com o regueiro limpo e não uso papel higiénico, mas sim as opções de uma sanita 4-1 que tem, também, função de bidé e como tal recebo no sítio adequado um jacto de água oscilante a uma temperatura suave e um fluxo de ar quente para secagem, tudo ajustável por comando, ah! e tem controlo de odor, puxei o autoclismo, atirei a roupa para o cesto de roupa suja, e nu preparava-me para um rápido banho de imersão ao som de uma relaxante música ambiente, quando reparei que ficou a boiar no fundo da sanita um resto, razoavelmente redondo, de fezes. Assustei-me. Enojei-me ver aquela coisa a enfrentar-me do fundo da minha Numi. Decidido a acabar com isso usei a função flush-full. O impossível aconteceu e o naco de fezes ganhou ao turbilhão aquático e lá permaneceu a boiar plácido. Assustado duplamente fiquei. Aquilo não se misturava.

Humm….. estaria perante um problema de polaridade? Duplo hummm… hummm…
Vejamos: bebi umas boas cervejas, acompanhadas por um petisco capaz de fazer corar o colesterol. E como sabemos que a água é uma substância polar e as gorduras apolares estaria perante um pedaço de fezes hidrofóbico? Grande questão química percebem? Novo flush-full, o mesmo resultado. Conclui que tinha de anular de alguma forma a polaridade das fezes e como tal atirei para dentro da sanita uns guardanapos que fui buscar à cozinha. Desta vez experimentei um eco-full e pumba o poio desapareceu nos meandros do esgoto. Milagre químico.

Conclusões a tirar? Primeiro que foi mais fácil afundar o Titanic; segundo que tenho de cortar nas gorduras.


o vosso químico BigPole

será que se…

Se tivesse sido merda de pomba a cair na cabeça de Newton e não uma maça ele teria descoberto a lei da gravidade?


do vosso bom falante BigPole

o raio dos maios

A minha apavorante vizinha do décimo quarto andar não se cansa de depositar surpresas encostadas à porta blindada de entrada para o meu apartamento. São donuts, pães árabes, pães ázimos, pães franceses, pães integrais, decorados ora com uma vela, um palito colorido, um stick luminoso, pêssegos paraguaios, marmelos, mas também deixa artigos não comestíveis, como um fálico candeeiro lâmpada de lava vermelha, um broche em prata e outras coisas de que já não tenho memória. Não sei o que se passa naquela cabeça. Não consigo compreender, e tenho dois dedos de testa, o que ela quer conseguir com aquelas oferendas.

Já lhe disse com a menor simpatia que tenho que deve mudar de atitude, que é uma exagerada, que o que faz não tem qualquer sentido, que se deseja ter sexo comigo isso nunca vai acontecer, não porque seja feia (também não é bonita, até tem um corpo de pedir por mais), apenas odeio saber que tenho uma amante no prédio onde habito obcecadamente possessiva.

– A sua sorte é eu ainda ser boa pessoa e isto ser saboroso – respondi-lhe, na sexta-feira passada, após dar uma última trincadela na oblação, um donut caramelizado. Viro-lhe as costas e subo em passo de corrida pelo elevador até ao meu reduto.

Passados que foram dois dias do último donut olho para o espanto dos espantos; completamente apalermado fiquei a encarar um pito amarelo, de laço vermelho ao pescoço, num cesto de vime repleto de ovos de chocolate. Pego no cartão preso à asa e leio “Big, ofereço-lhe esse inocente pito como prova do meu apreço. A sua vizinha 14C“. Aquela prenda tinha a mensagem mais clara de todas. Senti que tinha de terminar com os abusos. As dádivas atingiram outro patamar pela ausência de subtileza; de inocente não tinha nada e o pito, ou mais correctamente o frango, da oferecida, que deve ser tudo menos cândido, foi-me oferecido em vermelho.

Mal sabia que o pior estava para vir. Hoje, 30 de Abril, lá descobri refastelado no chão um cesto de verga castanho com imensas maias ou maios, enfim ramos de giestas amarelas. Fiquei assustado. Odeio rituais, até os pagãos. Iniciei um laborioso processo mental, só como eu sou capaz, e concluí que o ritual tem como objectivo último impedir a entrada do Burro, do Maio ou do Carrapato nas casas; afastar as entidades maléficas, os demónios. Chegado a esta ilação uma paz interior colou-se ao corpo. Finalmente a 14C ia deixar-me em paz. Coloco os maios e desvio a vizinha carrapata da minha porta – pensei. Grande burra acabou de dar um tiro no pé; deu, mas foi, um tiro nos dois pés e caiu de frente. O susto já era uma miragem e comecei a gargalhar todo satisfeito quando o tiimmm do elevador antecipando a abertura das portas interrompeu a quarta risada e vi lá dentro a 14C vestida de branco, coroada com flores, descalça, diáfana, a exalar fertilidade. As portas fecharam-se e o elevador desceu. Se eu fosse o Reed Richards os queixos tinham-me caído literalmente ao chão.

Que se fodessem os maios, que não eram precisos. O diabo já estava dentro de casa, dentro de mim. E o demónio em mim entrou em parafuso. Tresloucado desci, imagine-se, pelas escadas, abalroei a porta do 14C para a encontrar sentada, sensual, num trono de flores. Lancei-me a ela de arpão em riste, rasguei-lhe a parca cobertura; de costas para mim e com as mãos apoiadas nos braços da poltrona florida enfiei numa líquida vulva um sequioso pénis com tanta facilidade que quase perdi o equilíbrio não me tivesse agarrado a dois seios tesos, ausentes de artificialismos. Com a coluna a arquear a cada investida minha senti que estava a gostar da viagem de tobogã; e quando comecei a despejar 117 milhões de demónios, contagem do meu último espermograma, ri-me em deliciosos sobressaltos da imagem mental que me surgiu, assim do nada: um pito amarelo, de laço vermelho a afogar-se num taça cheia de manteiga.

Abandonei-a sufocada por suspiros, sabendo que os meus demónios irão morrer pacificamente em suave agonia em 24 horas – maios para quê.

Finalmente exorcizei-a.

o vosso exorcista: BigPole

recordações

  • Há casais que guardam na caixinha das recordações o primeiro dente de leite que caiu do amoroso filho.
  • Há casais que conservam na caixinha das recordações o primeiro caracol loiro, preto, castanho, ruivo do filho desbastado pela tesoura do cabeleireiro.
  • Há pais que colaram na parede o primeiro postal do Dia do Pai criado na pré-escola.
  • Há mães que têm na gaveta dos soutiens e dentro de uma caixinha de cartão, que já teve um relógio gravado com os dizeres “amo-te para todo e sempre” do marido traidor, com publicidade da ourivesaria da esquina, o primeiro pedaço de barro esculpido na pré-escola comemorativo do Dia da Mãe.
  • Há madrinhas que mantêm encerrada na caixa original a vela do baptismo do afilhado.
  • Há ex-noivas, agora viúvas, casadas, divorciadas, amantizadas que mantêm pendurado no guarda-fatos o vestido de noiva.

Eu, o vosso poderoso, BigPole, guarda emoldurado numa linda caixa hermética o primeiro preservativo usado numa verdadeira luta sexual, que encerra dentro o esperma expulso e colados dois pêlos pubianos ruivos da minha amante, actualmente sem rosto.

do vosso coleccionador: BigPole

perguntas e mais perguntas

Exemplo de como responder com perguntas ou irritar exponencialmente uma pessoa.
Esta conversa aconteceu hoje de manhã entre a minha modesta pessoa e um palerma metido à burro.

— Estás chateado comigo Big?
— Fizeste ou disseste alguma coisa que me faça estar chateado contigo?
— Que eu saiba não.
— Então porque haveria de estar chateado contigo?
— Por nada. Foda-se que tu às vezes és parvo. Só complicas.
— Já reparas-te que agora é que tenho motivos para estar aborrecido contigo?
— Vai mas é à merda.
— À merda vou, mas só se te for ao cu. Posso?

A dita pessoa virou-me as costas e eu ganhei o dia.

Mais uma lição

do vosso bom falante: BigPole

oh! meu deus!

Dos 10 mandamentos há um que nunca me foi bem explicado na altura em que ia agrilhoado à catequese:
2º – Não usar o nome de Deus em vão.

Hoje a propósito de não sei o quê irei falar porque sim sobre esse mandamento do vosso senhor; exemplificando com questões enviadas por email.

Acabei de verter nos lábios o liquido de um Dry Martini feito com Beefeater 24 e disse “meu Deus! que bom!” – violei o 2º mandamento?
R: Claro que não. O Beefeater 24 é feito com 12 ingredientes naturais. quem fez o mundo foi Deus. Está, por isso, a louvar 12 das suas criações.

No cume máximo do desejo sexual explodi “meu Deus! que bom! ai! pará!” – violei o 2º mandamento?
R: Claro que não. “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e conquistai-a” foi a primeira ordem do vosso Deus. Está, como tal, a informar Deus o quanto é bom a tarefa de multiplicação. Pecado será parar a meio.

Lancei após presenciar mais uma estupidez do meu colega de trabalho “oh! meus Deus! outra vez a mesma merda!” – violei o 2º mandamento?
R: Claro que não. Como sabe, ser cristão é não apenas ser bondoso, mas mostrar igualmente consideração, ser brando e longânime, exercer amorosamente o autodomínio. está, pois, a invocar amorosamente o nome de Deus para controlar um qualquer impulso assassino e dessa forma revelou que dizer a palavra Deus o fez brando e paciente; é uma palavra catalisadora de bondade. A utilização da palavra sinónimo de excremento na mesma frase que a palavra Deus poderia trazer-lhe problemas no confessionário fora de outro qualquer contexto. Vejamos: “outra vez… merda!” com o “outra vez” revela que tem estado atento ao comportamento de outro ser humano o que demonstra que vive fora de si para os outros.

Para mais esclarecimentos estejam à vontade.

o vosso teológico: BigPole

expulsar os demónios

– Pai podes brincar comigo? – perguntou a minha filha mal acabei de abrir a porta de casa.
– Daí a pouco, agora tenho de expulsar uns demónios – respondi, no meu tom mais que sério, deixando-a pensativa. E lá ficou no hall a ruminar. Deve ter sido por causa da palavra “expulsar” que no seu modesto vocabulário, certamente, ainda não tinha um adequado sinónimo.

[… pausa para processamento de informação …]

– MÃE, MÃE… OHHH MÃEEEEEEEEEEEEEEE, tenho medo, o pai disse que há bichos aqui – gritou a soluçar, e correu para a mãe que a deve ter abraçado estupefactamente aborrecida.
– Onde está o teu pai?
– Na casa de banho. E ’tá a gritar!
– Pois está, a gritar “saiam daqui demónios!” – frase dita num tom de voz tão gélido que me arrepiou até os cabelos que não tenho.
– O pai está a brincar. Não é a sério. Olha Margarida vai à cozinha buscar uma colher de pau para também nós brincarmos.
– Uma colher de pau? – questionou a inocente criança. Este pedido da mãe foi ouvido por um pai ligeiramente assustado. Uma névoa de suspeição já entrava na casa de banho por baixo da porta e pelo buraco da fechadura.
– Sim, Margarida, vamos bater com ela na cabeça do palerma do teu pai. Pode ser que com dois chifres ele convença os demónios a deixarem a nossa casa.

Danger, Will Robinson!” – aí estava eu, mais uma vez, numa posição periclitante. Sou vítima de odiar a monotonia e sinto-me, como tal, na obrigação de criar momentos teatrais.

a normalidade do anormal

Para se escrever uma boa ou má história basta iniciar a sua escrita. O que depois salta para o papel é que marca a diferença. Saber logo agora que a história é uma anormalidade é normal, especialmente para mim, e quando o assunto trata “agrafos” não haverá dúvidas. Tenho pois de agradecer ao responsável deste blog a possibilidade que ele me dá para eu escrever alguns devaneios… de má qualidade.

Como já indiquei hoje falarei de agrafos, do ódio que tenho a esses pedaços de metal. Corrijo-me, do ódio que tenho à utilização do agrafador. Descobrir que o agrafador está vazio sem qualquer pré-aviso. Pimba! Pumba! – nada de agrafos, e agora que aquelas folhas de papel ficaram milimetricamente posicionadas para serem unidas é para dizer pouco, frustrante.

A única coisa que pode ser colocada quase e pé de igualdade de ódio é descobrir que aquela caixa de preservativos apenas está a ocupar espaço na gaveta. Nesta situação não odeio nem o preservativo, nem o seu uso. O meu ódio é redirecionado para a besta, eu, que foi suficientemente desleixada para perder uma queca potencialmente boa.

Recordo-me que houve uma altura, era eu mais novo, em que estive perante a ausência do acessório de látex exigido pela minha parceira, mas esta teve a amabilidade e esperou na minha cama enquanto eu fui adquirir uma caixa. Infelizmente não encontrei qualquer estabelecimento farmacêutico aberto e as caixas anónimas de distribuição de preservativos ou estavam vazias ou não funcionavam.
Infelizmente a parceira já não estava à minha espera para receber a triste notícia e partilhar a descoberta de uma solução de satisfação mútua. Matei o acumulado desejo ao mais puro estilo onanista.

Qual a ideia deste desvario? perguntam. Respondo: desde quando uma história precisa de indiciar uma conduta ou servir para reflexão futura? O que posso afirmar é que ficar sem agrafos é uma foda, e sem preservativos não há foda. Que tal isto para moral?

o vosso pouco proactivo: BigPole

as palavras

“Foda-se!”, gritei mal os lábios tocaram o líquido castanho.
“O senhor bem que podia ter cuidado com a linguagem. Está aqui uma criança.” Isto foi nasalado por uma senhora pimpona acompanhada por um rapaz dos seus 15 anos.
Reconheço que o impropério saiu-me assim de rajada. No entanto o café estava quente como o caraças.
Controlei-me para não mandar a senhora dar uma volta ao bilhar grande. Detesto que me chamem a atenção. Odeio.
Contudo, a minha rebeldia ganhou. Tive de cuspir uma resposta em tom de pergunta. Arrojei um “PÁ!” para chamar a atenção do adolescente; e perguntei-lhe “sabes o que quer dizer a palavra cona?” A senhora ficou mais do que chocada, não sei se pela pergunta, se pelo balançar da cabeça do miúdo a indiciar um sim.
“Se sabes o que significa cona significa que já sabes de foda. Por isso fodam-se e deixem-me em paz!.

o vosso rebelde: BigPole

a cor

A parte mais escura, mais morena, ou lá como se queira definir a sua cor, do meu corpo é o meu pénis.
Reconheço que a frase anterior entra a matar – escrita de maneira grossa, sem aviso, mas lá teve ser ser.

Em rebeldia gostava de dizer que esta coloração é devida ao nudismo praticado em adolescente nas praias da Apúlia.
Em exacerbada autoestima gostava de afirmar que esta coloração é resultado do dito falo frequentar com ousadia túneis sobreaquecidos.

Na boa verdade não faço a mínima ideia do porquê, nem para aí estou preocupado.
O que sei é que enquanto uns se importante em demasia com o tamanho e não com uma adequada performance, as minhas elucubrações perdem-se nas nuances cromáticas do meu pénis.

o vosso profiláctico: BigPole