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estação das chuvas de josé eduardo agualusa

Biografia romanceada de Lídia do Carmo Ferreira, poetisa e historiadora angolana, misteriosamente desaparecida em Luanda, em 1992, após o recomeço da guerra civil, transporta-nos desde o início do século até aos nossos dias através de um cenário violento e inquietante. Um jornalista (o narrador) tenta descobrir o que aconteceu a Lídia, reconstruindo o seu passado e recuperando a história proibida do movimento nacionalista angolano; pouco a pouco, enquanto a loucura se apropria do mundo, compreende que o destino de Lídia já não se distingue do seu.

Quetzal Editores

Obra dolorosa da José Eduardo Agualusa.

As diversas personagens do livro são apanhadas no turbilhão do movimento nacionalista angolano e acompanham a violência que ele produz. E se o objectivo do livro não é responder ao que origina a violência é fácil compreender que para uns é a sobrevivência, para outros a fuga de uma vida no inferno, para outros a família, a ganância e até a ilusão.

Estação das Chuvas perturba e choca o leitor. Mas a narração é bem equilibrada. Nos momentos em que o autor escreve sobre a vida de Lídia do Carmo Ferreira temos uma narrativa lúcida (poética). Quando narra episódios relacionados com a guerra civil é-nos apresentada realistamente a loucura da guerra e do ódio..

no interior: “estação das chuvas”

Vinheta, criada por Rui Rodrigues, de um louva-a-deus no interior do livro “Estação das Chuvas de José Eduardo Agualusa – edição Quetzal.

a substância do amor e outras crónicas de josé eduardo agualusa

A crueldade feminina fascina os homens. Amar uma mulher sem veneno é como jogar à roleta-russa com uma pistola fulminante. A obscura força que leva um sujeito a lançar-se da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, preso a uma frágil lona (um parapente ou um asa-delta), em direção ao imenso abismo azul, aos prédios aguçados, às areias luminosas da praia do Pepino, é a mesma que o precipita, indefeso e nu, para os braços de uma mulher. 

Quando o louva-a-deus encontra a sua deusa e esta lhe diz vem, vou-te comer, o infeliz sabe que aquilo não é uma metáfora. Mesmo assim, seguro de que depois do amor será servido ao jantar, o louva-a-deus persigna-se e vai. É o que nós fazemos – homens e mulheres -, à procura do amor, em fuga do amor, desencontrados.

Wook

Sei que já li em livros anteriores de José Eduardo Agualusa:

  • A Velha Esperança morreu sentada (conto)
  • O Último Andar (conto)
  • Dançar outra vez (crónica)
  • e outras referências

Qual a importância disso? Nenhuma e alguma – serve para sossegar a minha obsessão por pormenores, pois claro.

E quanto ao livro A Substância do Amor de José Eduardo Agualusa? Uau formidável; delirante – fantástico. Tanta coisa boa em poucas páginas.

no interior: “a substância do amor e outras crónicas”

Vinheta – uma cebola – que ilustra o interior do livro “A Substância do Amor e Outras Crónicas” de José Eduardo Agualusa editado pela Quetzal Editores. Desenho por Rui Rodrigues.

as mulheres do meu pai por josé eduardo agualusa

Ao morrer, o famoso compositor angolano Faustino Manso deixou sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema, tenta então reconstruir a atribulada vida do falecido músico. Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção correm lado a lado, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. 

Wook

Outro livro de José Eduardo Agualusa de grande qualidade, mas com um registo diferente. Uma história em que o parece que vai ser não o é.

Um livro de amor e desamor no qual a música é o fio condutor e o unificador comum.

no interior: “as mulheres do meu pai”

Vinheta no interior do livro “As Mulheres do Meu Pai” de José Eduardo Agualusa editado pela Quetzal.

o paraíso e outros infernos de josé eduardo agualusa

Este livro de devaneios, fragmentos, reflexões não deixa de ser muito interessante.

Valeu a pena sentir José Eduardo Agualusa de outra maneira.

60. a estação dos loucos

Neste capítulo do livro “O Paraíso e Outros Infernos” de José Eduardo Agualusa o autor, partindo de um estudo publicado pela revista Science no qual se concluiu que o aumento da temperatura provoca um aumento de violência, passeia-se pelos efeitos que os excessos da temperatura causam no comportamento humano.

Isto levou-me a pensar na excelente novela “A Vaga de Calor” (1986) por Urbano Tavares Rodrigues.

no interior: “o paraíso e outros infernos”

Arte no interior do livro “O Paraíso e Outros Infernos” por José Eduardo Agualusa, publicado pela Quetzal.

a feira dos assombrados por josé eduardo agualusa

O livro “A Feira dos Assombrados” por José Eduardo Agualusa é composto pela novela que lhe dá nome e por seis contos:

  1. A Inacreditável Mas Verdadeira Estória de D. Nicolau Água-Rosada
  2. A Queda de Santa-Maria
  3. Há Outras Forças
  4. O Demiurgo
  5. A Boca da Terra
  6. Velho Caxombo Sonhou Com o Mar

No conjunto são histórias maravilhosas nas quais a escrita poética de José Eduardo Agualusa brilha.

É o nono livro que li de José Eduardo Agualusa sem ficar desapontado.

Os seis contos publicados neste livro foram inicialmente editados pela Editora Vega no livro “D. Nicolau Água-Rosada e Outras Estórias Verdadeiras e Inverosímeis”