Esta obra explora a fractura sempre presente – nunca sarada – entre o Norte e o Sul dos EUA para o início de uma possível Segunda Guerra Civil Americana. E as razões para uma guerra, como sabemos, não necessitam de ser muito complicadas ou sinuosas.
Neste livro de Omar El Akkad a história desenrolasse num futuro não muito longínquo e o motivo foi a proibição do uso de combustíveis fósseis pelo governo central.
O livro retrata as atrocidades da guerra, do seu impacto na sociedade como um todo e nas vidas individuais. A história desenvolve-se muito bem e conforme vai deixando marcas nas suas personagens principais, também o faz no leitor – leitura que obriga a paragens e reflexões.
O que se retém ao fim e ao cabo, num resultado simplista, são as razões que justificam (?) a guerra e todos os seus horrores – as suas maquinações; que trazem quase sempre o lado mau do homem, raramente o bom.
O Norte lutou pela liberdade, pela democracia valores muito maleáveis e com imensos significados; que se podem adaptar, tal camaleão, a qualquer situação. O Sul lutou por uma única razão contra a proibição do uso de combustíveis fosseis:
(…) quando um sulista nos diz aquilo por que luta, podemos concordar ou não, mas não podemos dizer que é mentira. Bem ou mal, um homem do nosso país sabe exactamente o que quer dizer, defende aquilo que diz.
Mesmo que isso acabasse por ser revelar mentira.
Não é um livro fácil, não o é a guerra também. Não deixa, contudo, de ser um livro memorável.