Artigos

em tom preto

Para contrariar o cinzento, nada como umas camisolas pretas – iguais!

E a ler O Velho Logan.

macaco não vê, macaco não ouve

A ignorância é uma bênção. É a melhor bênção. Não ouvir certa(s) coisa(s), não ver outra(s) tanta(s) é espectacular sossego. Quando não tenho conhecimento de algo, de um acontecimento como me posso aborrecer? Não é e não será possível; uma maravilha certo?

Num mundo em que a informação nos entra pelos poros sem pré-aviso é saudável viver alheado.

Alheado e em tom de cinzento é o meu novo lema.

em tom cinzento

Se existem pessoas preocupadas com as cores que transportam coladas ao corpo eu não sou uma delas. Não vejo necessidade de perder tempo a combinar a camisola com as calças, as calças com as sapatilhas, as sapatilhas com a camiseta, a camiseta com o chapéu. Por isso, e desde que descobri que o cinzento combina com o meu branco pálido, estou a trocar as minhas roupas, quando estas atingem o prazo de validade, apenas por indumentária cinzenta.

E, ainda, estou a ir mais longe, sem sair do lugar, ao adquirir peças de roupa iguais. Objectivo? Aumentar a colecção da igualdade.

Ah, que sossego.

o ano do delúvio por margaret atwood

– Tens a certeza de que estás melhor? – perguntou.
– Estou ótima neste momento – respondeu Pilar. – E o momento é a única altura em que podemos estar ótimos.

página 195, 1ª edição, 2011, Bertrand Editora

Maravilhoso! Assustador!

sinopse

O Sol já brilha no céu, dando ao cinzento do mar o seu tom avermelhado. Os abutres secam as asas ao vento. Cheira a queimado. O dilúvio seco, uma praga criada em laboratório pelo homem, exterminou a humanidade. Mas duas mulheres sobreviveram: Ren, uma dançarina de varão, e Toby, que do alto do seu jardim no terraço observa e escuta. Está aí mais alguém? Um livro visionário, profético, de dimensões bíblicas, que põe a nu o mais ridículo e o mais sublime do ser humano, a nossa capacidade para a destruição e para a esperança.

Bertrand Editora