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01 a 10, as perguntas

01. Qual a origem do seu nome?
— Os meus pais copiaram o meu nome de um saco de plástico.

02. Qual a última vez em que chorou?
— Hoje, após perder uma corrida contra um caracol.

03. Qual é a sua carne favorita?
— Carne morta.

04. Ainda tem as suas amígdalas?
— Sim, num frasco.

05. Acha que é forte?
— Sou forte e pesado. Pesadamente forte.

06. Qual a primeiro coisa que repara nas pessoas?
— A sombra.

07. Futebol ou basebol?
— Xadrez.

08. Cheiro favorito?
— Um livro aberto.

09. Filmes de terror ou filmes com finais felizes?
— Bons filmes.

10. Dia favorito da semana?
— Todos os dias são santos dias.

sorrir e acenar

Pois, Madagáscar, o filme. Na nova zona Exile’s Reach.

as minhas necessidades

Não entendo as pessoas que dizem “vou fazer as minhas necessidades” quando se referem ao acto de cagar e mijar. Corrijo-me, ao acto de defecar, obrar, evacuar, urinar e não é merda, são fezes, dejectos, excrementos. Para suavizar uma tarefa biológica normal começamos a utilizar palavras mais leves. A tarefa só não é nojenta se for feita por um bebé.

Escrevo isto, porque, após ouvir as palavras “minhas necessidades” me recordei do que tinha lido em 1981 no livro Marune: Alastor 933 de Jack Vance, publicado pelas Publicações Europa-América. Coloco a versão original pois não estou para procurar os textos no meu livro.

For instance, the process of ingesting food is considered as deplorable as the final outcome of digestion, and eating is done as privately as possible.

Marune: Alastor 933 de Jack Vance


Now allow me to describe the act of eating. On those rare occasions when a Rhune is forced to dine in the company of others he ingests his food behind a napkin, or at the back of a device unique to Marune: a screen on a metal pedestal, placed before the diner’s face. At formal banquets no food is served – only wafts of varied and complicated odors, the selection and presentation being considered a creative skill.

Marune: Alastor 933 de Jack Vance

E claro o filme de Luis Buñuel “O Fantasma da Liberdade” no qual é exibida uma cena em que um grupo de comensais está sentado em sanitas, em redor de uma mesa, e de vez em quando se ausentam para irem comer, constrangidos, a uma sala-de-jantar.


E foram alguns apontamentos de merda.

e filmes

Com a Netflix (publicidade não paga) estou a visualizar filmes de 1h14m em 15m e filmes de 1h14m em 3h54m.

Uns são vistos em ⏩ ⏩ (super mais que super velocidade).

Outros são vistos em ⏸️ ▶️ ⏸️ ▶️ ⏸️ ▶️ ⏸️ ▶️ ⏸️ ▶️ (pausa, ler mais um pouco, ver, pausa… e assim o tempo se dilata.)

Exemplos:

  • The Truman Show
  • Enola Holmes
  • The Old Guard
  • The Late Bloomer

registos

Até há algum tempo registava os filmes e/ou séries que ia vendo – agora raramente me lembro disso.

Apenas, e ainda, vou registando as leituras – obsessivamente.

the subjugate by amanda bridgeman

Leitura, na escala de classificação cinematográfica de Paxo, catita. Este livro da australiana Amanda Bridgeman coloca, sem dificuldade, KO a última trilogia de John Scalzi (que é uma coisa fraca, pior de que filmes de Série B).

Apesar de o enredo estar longe de ser original, mas o que é actualmente original? este “The Subjugate” tem uma história que envolve e que agrada e diverte sem pretensões de qualquer espécie.

Não é The Wire, nem Blade Runner, mas vale por si.

snowpiercer, a série

Snowpiercer, a série, com Jennifer Connelly não vale nada. Foi com esforço que vi o primeiro episódio, pensando “okay isto até pode melhorar” – erro meu.

A série descarrila.

A única cena engraçada foi quando li alguns comentários sobre a série em que uns iluminados disseram que melhor, mas mesmo melhor foi o filme original? Ah! Como?

Pesquisem um pouco, a Internet está aí para isso. O original é a banda desenhada franco-belga “Le Transperceneige” de 1982, de Jacques Lob (argumento) e Jean-Marc Rochette (desenhos) e que vai ter graças, felizmente isto, ao lançamento da série uma edição em Portugal em dois volumes:

  • Transperceneige/L´Échappée 1984
  • L´Arpenteur 1999
  • La Traversée 2000

into the dark: the body

A professional hitman transports his latest victim in plain sight, assuming that Halloween revelers will think that the body is part of an elaborate costume. On his way to dispose of the corpse, however, the killer becomes involved with some admirers.

wikipédia

Gostei este episódio – delirante!

altered carbon

A primeira temporada como que me convenceu – pronto, até gostei. As personagens estão no ponto, a história desenrola-se com desenvoltura.

Para ver a segunda temporada tenho feito um esforço para visualizar episódio atrás de episódio. Este Takeshi Kovacs é insosso. A única personagem interessante é Poe. Esta, mesma, sensação ocorreu com a leitura do segundo livro.

Assim, sem muitas mais indecisões, coloquei a série de lado.

o homem que matou lucky luke de matthieu bonhomme

Destruí a lenda! Matei Lucky Luke!
Ao chegar a Frog Town numa noite de tempestade, Lucky Luke, além de ter de enfrentar o bando dos irmãos Bones, não imaginava que estava prestes a encontrar o homem que o iria matar.
Matthieu Bonhomme criou esta maravilhosa homenagem ao cowboy de Morris por ocasião do 70.º aniversário da personagem, num álbum vencedor do prémio do público em Angoulême, reinventando o cowboy solitário criado por Morris numa magnífica história que, entre outras revelações, explica o motivo por que Lucky Luke deixou de fumar!

A Seita

Livro cheio de referências à cultura popular, começando logo pela capa em clara homenagem a Clint Eastwood dos filmes que compõem a “Trilogia Dólares” realizado por Sergio Leone.

O álbum, “O Homem que Matou Lucky Luke”, publicado em 2016 no ano em que se comemoraram os 70 anos da criação do famoso personagem por Morris, faz parte de um série intitulada “Lucky Luke (visto por …)”.

Esta criação de Matthieu Bonhomme é simplesmente maravilhosa em todos os seus detalhes: argumento, desenhos, cores.

Não me desapontou em nada. E não foi à toa que o álbum recebeu o prémio belga Saint-Michel para o Melhor Álbum em 2016 e os Prémios do Público Cultura e dos Liceus no festival de Angoulême em 2017.

Um livro para quem gosta de coisas mesmo boas.

Estou ansioso por mais duas edições d’ A Seita da série (visto por…): “Lucky Luke Muda de Sela” e “Jolly Jumper Não Responde”

Tradução por Sandra Alvarez