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nunca

“Nunca lambi os dedos para virar folhas.”

“Nunca comi sushi.” “Nunca…” e estas afirmações são ditas com um orgulho desmedido. Pessoalmente nunca comi bisonte, nem centopeias, nem cão (acho eu), mas mosquitos já foram muitos os ingeridos involuntariamente. Gosto especialmente dos que afirmam “Nunca disse um palavrão.” A sério foda-se! Fantástico! Merecida medalha. Eu acho que um bom palavrão, o uso de calão em certas e determinadas situações compensa ter ouvido alguém, com coragem, afirmar “Nunca li Guerra e Paz, mas vi o filme.”

O “nunca” seguido de um “mas” é puro deleite. Pois quem o afirma sente-se mal pela anunciação do “nunca” e acrescenta o “mas” para mitigar o dano. É dar uma no tiro e outra na ferradura, é um soneto sem rima.

“Nunca fiz uma directa, mas já fumei ganza.” “Nunca dei um peido na cama, mas já arrotei.” Atitudes típicas de sociopatas.

Nunca digas nunca é o meu conselho.

dizem…

Dizem que com a alma triste se escreve palavras dolorosas. Não sei se concordo; apenas digo foda-se.

perguntas e mais perguntas

Exemplo de como responder com perguntas ou irritar exponencialmente uma pessoa.
Esta conversa aconteceu hoje de manhã entre a minha modesta pessoa e um palerma metido à burro.

— Estás chateado comigo Big?
— Fizeste ou disseste alguma coisa que me faça estar chateado contigo?
— Que eu saiba não.
— Então por que haveria de estar chateado contigo?
— Por nada. Foda-se que tu às vezes és parvo. Só complicas. Raios te partam.
— Já reparas-te que agora é que tenho motivos para estar aborrecido contigo?
— Vai mas é à merda.
— À merda vou, mas espera e… (atirei-lhe um murro directo aos dentes).

A dita pessoa caiu – bati com os pés no chão a marcar território – e fugiu cambaleante (o gajo é doido, deve ter pensado). E eu? Eu ganhei o dia. Reputação a 100%!

Mais uma lição

do vosso bom falante BigPole

perguntas e mais perguntas

Exemplo de como responder com perguntas ou irritar exponencialmente uma pessoa.
Esta conversa aconteceu hoje de manhã entre a minha modesta pessoa e um palerma metido à burro.

— Estás chateado comigo Big?
— Fizeste ou disseste alguma coisa que me faça estar chateado contigo?
— Que eu saiba não.
— Então porque haveria de estar chateado contigo?
— Por nada. Foda-se que tu às vezes és parvo. Só complicas.
— Já reparas-te que agora é que tenho motivos para estar aborrecido contigo?
— Vai mas é à merda.
— À merda vou, mas só se te for ao cu. Posso?

A dita pessoa virou-me as costas e eu ganhei o dia.

Mais uma lição

do vosso bom falante: BigPole

a normalidade do anormal

Para se escrever uma boa ou má história basta iniciar a sua escrita. O que depois salta para o papel é que marca a diferença. Saber logo agora que a história é uma anormalidade é normal, especialmente para mim, e quando o assunto trata “agrafos” não haverá dúvidas. Tenho pois de agradecer ao responsável deste blog a possibilidade que ele me dá para eu escrever alguns devaneios… de má qualidade.

Como já indiquei hoje falarei de agrafos, do ódio que tenho a esses pedaços de metal. Corrijo-me, do ódio que tenho à utilização do agrafador. Descobrir que o agrafador está vazio sem qualquer pré-aviso. Pimba! Pumba! – nada de agrafos, e agora que aquelas folhas de papel ficaram milimetricamente posicionadas para serem unidas é para dizer pouco, frustrante.

A única coisa que pode ser colocada quase e pé de igualdade de ódio é descobrir que aquela caixa de preservativos apenas está a ocupar espaço na gaveta. Nesta situação não odeio nem o preservativo, nem o seu uso. O meu ódio é redirecionado para a besta, eu, que foi suficientemente desleixada para perder uma queca potencialmente boa.

Recordo-me que houve uma altura, era eu mais novo, em que estive perante a ausência do acessório de látex exigido pela minha parceira, mas esta teve a amabilidade e esperou na minha cama enquanto eu fui adquirir uma caixa. Infelizmente não encontrei qualquer estabelecimento farmacêutico aberto e as caixas anónimas de distribuição de preservativos ou estavam vazias ou não funcionavam.
Infelizmente a parceira já não estava à minha espera para receber a triste notícia e partilhar a descoberta de uma solução de satisfação mútua. Matei o acumulado desejo ao mais puro estilo onanista.

Qual a ideia deste desvario? perguntam. Respondo: desde quando uma história precisa de indiciar uma conduta ou servir para reflexão futura? O que posso afirmar é que ficar sem agrafos é uma foda, e sem preservativos não há foda. Que tal isto para moral?

o vosso pouco proactivo: BigPole

as palavras

“Foda-se!”, gritei mal os lábios tocaram o líquido castanho.
“O senhor bem que podia ter cuidado com a linguagem. Está aqui uma criança.” Isto foi nasalado por uma senhora pimpona acompanhada por um rapaz dos seus 15 anos.
Reconheço que o impropério saiu-me assim de rajada. No entanto o café estava quente como o caraças.
Controlei-me para não mandar a senhora dar uma volta ao bilhar grande. Detesto que me chamem a atenção. Odeio.
Contudo, a minha rebeldia ganhou. Tive de cuspir uma resposta em tom de pergunta. Arrojei um “PÁ!” para chamar a atenção do adolescente; e perguntei-lhe “sabes o que quer dizer a palavra cona?” A senhora ficou mais do que chocada, não sei se pela pergunta, se pelo balançar da cabeça do miúdo a indiciar um sim.
“Se sabes o que significa cona significa que já sabes de foda. Por isso fodam-se e deixem-me em paz!.

o vosso rebelde: BigPole