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clássico eis a questão

Um clássico é um livro atemporal, que consegue sobreviver para além da época em que foi escrito. Não implica ser, necessariamente, um livro antigo, apesar de isto estar, quase, implícito, porque actualmente os livros falham em qualidade do texto. Claro que a determinação do que é belo é um juízo subjectivo do leitor, com os seus gostos e valores próprios. Mas é fácil concluir que nunca são livros vulgares, são sim livros complexos, inusitados; não que sejam difíceis de ler.

Um clássico teve e continua a ter, sempre que é lido ou relido, uma repercussão na história literária e, porque não, na cultura popular – fica gravado de uma maneira ou outra na memória colectiva pelos temas universais que geralmente abordam.

Um livro editado hoje não pode ser considerado um clássico, porque ainda não resistiu ao teste do tempo.

Numa lista simples posso colocar:

  • O Romance do Genji (1005-1014) de Murasaki Shikibu
  • Dom Quixote de la Mancha (1605-1615) de Miguel de Cervantes
  • Moby Dick (1851) de Herman Melville
  • Os Maias (1888) de Eça de Queirós
  • O Retrato de Dorian Gray (1891) de Oscar Wilde
  • Em Busca do Tempo Perdido (1913-27) de Marcel Proust
  • O Processo (1925) de Franz Kafka
  • Admirável Mundo Novo (1932) de Aldous Huxley
  • 1984 (1949) de George Orwell
  • As Cidades Invisíveis (1972) de Italo Calvino
  • O Nome da Rosa (1980) de Umberto Eco
  • Memorial do Convento (1982) de José Saramago

colecção miniatura

A renascida editora Livros do Brasil reiniciou em Janeiro de 2017 a sua excelente colecção Miniatura de grandes clássicos. São grandes clássicos a preços modestos.

Esta colecção que teve o seu início na década de 1950 atingiu o lindo número de 170 livros.

Como já foi ultrapassada a marca de 10 obras na nova colecção decido-me a indicar as obras entretanto já editadas (lindo ramalhete):

  1. A Louca da Casa de Rosa Montero
  2. Soldados de Salamina de Javier Cercas
  3. A Um Deus Desconhecido de John Steinbeck
  4. Novela de Xadrez de Stefan Zweig
  5. Sinais de Fogo de Jorge de Sena
  6. Histórias do Bom Deus e Outros Contos de Rainer Maria Rilke
  7. A Metamorfose de Franz Kafka
  8. O velho que lia romances de amor de Luis Sepúlveda
  9. A Harpa de Ervas de Truman Capote
  10. Porto-Sudão de Olivier Rolin
  11. Orlando de Virginia Woolf

A manter os olhos atentos.

Mas bom seria a colecção Argonauta. Ui, isso sim!