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agulhas
/0 Comentários/em blog, escritos, poemas /por porta VIIIDe agulha na mão
a enfermeira dá uma injecção.
Perante uma nádega
ela fica embeiçada…
com a visão de duas
enfeitiçada.
Eu não fico embaraçado,
mas simplesmente furado.
Amanhã nova sessão.
Sentirei a picada aguda da paixão
na ponta de uma injecção.
no interior: “três filhas de eva”
/0 Comentários/em blog /por porta VIIIVinheta que ilustra o interior do livro Três Filhas de Eva de Elif Shafak, numa edição da Quetzal Editores.
cara – 042
/0 Comentários/em blog, rabiscos /por porta VIIIMuito mais do que uma careta, mas teimoso como sou vai para a categoria das caras. Uma cara sobre rodas.
A imagem prova que estrago qualquer o pedaço de papel que encontro à mão.
gel líquido
/0 Comentários/em blog /por porta VIIINão aprecio o gel líquido para lavar as mãos.
Umas alturas parece que está a sair pelo difusor esperma, noutras ranheta. Em qualquer dos casos são ideias nojentas.
os amantes (excerto)
/0 Comentários/em blog, escritos, rabiscos /por porta VIIIEle sai de casa atrelado à sua yorkshiree terrier. Ela sai de casa a reboque do seu husky siberiano. Não se cruzam, mas encontram-se diariamente pelas 07h15m de relógio no sector 1.2rc2 do parque da cidade de Barcelos. Aí aguardam pacientemente que os canídeos defequem. Depois cada um deles com a mão direita envolta num saco de plástico recolhe da fina relva as fezes desiguais.
Mão extraída do saco; fechado com nó – ele e ela finalmente cruzam-se com um olhar tímido, cúmplice enquanto cada saco de fezes é depositado no caixote do lixo em sincronia.
informações: apenas um extracto da história
tens uma panca
/1 Comentário/em blog /por porta VIIINão és tu lês isto que tens uma panca. Sou eu que a tenho. E não fico ofendido quando esta frase me é atirada. Uma panca é uma mais-valia: sou eu, o que já por isso é muita coisa boa mais uma panca, mais alguma coisa; melhor do que qualquer produto 2 em 1.
Já fico transtornado quando me arrojam ‘tens um parafuso a mais’ ou ‘tens um parafuso a menos’. O aborrecimento surge, sendo ou não um andróide, do facto do meu criador ter sido irresponsável:
- montou-me com uma peça de fixação a menos – a qualquer momento alguma coisa vai despegar
- montou-me com uma peça de fixação desnecessária – a qualquer momento alguma coisa vai emperrar
Não admira que ande sempre a colocar as mãos nas cabeças; a constatação necessária de que ainda estão no sítio.
a transformação
/0 Comentários/em blog /por porta VIIIHoje pela madrugada dentro estava com os pés completamente gelados e o resto do corpo a tremer que nem decrépitas bandeiras de Portugal penduradas nas varandas ao sabor do vento. Quando o frio começou a subir pelas canelas e a alastrar pelos membros inferiores temi pela saúde do meu pénis e dos meus exuberantes testículos.
Estaria a transformar-me em vampiro? Claro que no clássico vampiro que pede licença para entrar em casa e não aquele que come vegetais ou anda à luz do dia. Um dos motivos que me leva a adorar os vampiros é esta refinada educação. O vosso deus, por exemplo, está em todo o lado e nem pediu permissão para estar neste preciso momento a ler o que estou a escrever por cima dos meus ombros.
Esta ideia romântica de transformação foi afastada pela resposta da minha mais-que-tudo, após ter bocejado um arrepiado “Estou cheio de frio e a tremer. O que se passa?”. “Olha que eu estou cheia de calor.” foram as suas palavras jocosamente apunhaladas nos meus ouvidos.
Assustei-me.
Estaria a minha energia vital a ser sugada? Passados estes anos todos seria a minha companheira de cama uma real Sil? Uma parasita cibernética do planeta “estou-realmente-lixado-da-cabeça“?
“Agora é que não me safo”, sussurrei para a minha almofada.
Senti uma mão a penetrar-me nas costas, a subir até ao pescoço e a dizer “Estás cheio de febre.” A mão e corpo saiu da cama e foi para a cozinha preparar qualquer poção diabólica ao melhor estilo de chá de Santo Daime. Soube isto quando me foi oferecido um copo de líquido branco e efervescente com um irritado “toma isto e vê se me deixas dormir”. Bebi calado e bem caladinho. Não me lembro de adormecer.
Acordei. A fêmea alfa já não estava na cama. Teria sido tudo um pesadelo?
se as vacas voassem
/2 Comentários/em blog /por porta VIII
merda de ave
“A tua sorte foi as vacas não voarem” – disseram-me.
Hoje logo pela manhã aconteceu-me um verdadeiro ataque aéreo capaz de fazer inveja a qualquer top gun.
Fui bombardeado por um pomba com um míssil balístico de merda líquida. Quando dou por mim não era, apenas, o cabelo que estava sujo, era a roupa, o livro que levava na mão, a carteira. Peguei no lenço para minimizar o problema e um fio de caca aviária descia pela testa.
Já tinham cagado em cima de mim, mas nunca literalmente. Outro animal que odeio. Vou acabar por comprar uma simples LG 21 Panther e andar sempre de chapéu; sinto que o meu zero craniano serviu de mira.
Serve-me de consolo a linda pança que evitou qualquer bombardeamento das partes baixas.
jogo de mãos
/2 Comentários/em blog /por porta VIIIAinda faltava neste reduto exibir verdadeiros jogos de mãos. Uma caixa de pandora.
mãos e unhas mãos e unhas mãos e unhas mão e unhas
ajuda
são regularmente gastos na produção e manutenção deste blog uns bons pedaços de caldo, suaves e frutadas cervejas.
is simple
my goal is to keep me satisfied!
porta VIII is my personal site. Grab a beer and sit tight.
Are you comfortable? Take a look around to the new stuff and adventure trough the archives. Cá me podem encontrar a percorrer o mesmo caminho; a arrotar bom dia, boa tarde, boa noite, e por vezes um até já.