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a transformação

Hoje pela madrugada dentro estava com os pés completamente gelados e o resto do corpo a tremer que nem decrépitas bandeiras de Portugal penduradas nas varandas ao sabor do vento. Quando o frio começou a subir pelas canelas e a alastrar pelos membros inferiores temi pela saúde do meu pénis e dos meus exuberantes testículos.
Estaria a transformar-me em vampiro? Claro que no clássico vampiro que pede licença para entrar em casa e não aquele que come vegetais ou anda à luz do dia. Um dos motivos que me leva a adorar os vampiros é esta refinada educação. O vosso deus, por exemplo, está em todo o lado e nem pediu permissão para estar neste preciso momento a ler o que estou a escrever por cima dos meus ombros.
Esta ideia romântica de transformação foi afastada pela resposta da minha mais-que-tudo, após ter bocejado um arrepiado “Estou cheio de frio e a tremer. O que se passa?”. “Olha que eu estou cheia de calor.” foram as suas palavras jocosamente apunhaladas nos meus ouvidos.

Assustei-me.

Estaria a minha energia vital a ser sugada? Passados estes anos todos seria a minha companheira de cama uma real Sil? Uma parasita cibernética do planeta “estou-realmente-lixado-da-cabeça“?
“Agora é que não me safo”, sussurrei para a minha almofada.
Senti uma mão a penetrar-me nas costas, a subir até ao pescoço e a dizer “Estás cheio de febre.” A mão e corpo saiu da cama e foi para a cozinha preparar qualquer poção diabólica ao melhor estilo de chá de Santo Daime. Soube isto quando me foi oferecido um copo de líquido branco e efervescente com um irritado “toma isto e vê se me deixas dormir”. Bebi calado e bem caladinho. Não me lembro de adormecer.

Acordei. A fêmea alfa já não estava na cama. Teria sido tudo um pesadelo?

a satisfação

Deitado de costas, braços atrás da cabeça, apoiado por uma almofada, olhava para um lindo pénis, se não for o próprio a pensar isso quem seria, certo?, ali ao alcance da mão, que à menos de 13 segundos tinha ficado mais que saciado, ainda teso, impaciente a bolsar esperma, perpendicular ao umbigo, sabendo que a satisfação de o ver em breve terminaria quando a tumescência falhasse; mas até isso acontecer admirava-o.

Agora, com um riacho de esperma a escorrer pela haste, apostava para que lado ele iria inclinar-se: esquerda? direita? esquerda? em frente? Finalmente, em placidez, lá foi a definhar descaindo para a direita até deixar de ser visto.

A muralha pança continuava a ser um grande obstáculo corporal. Valia-lhe o vidro do guarda fatos que à sua esquerda, ainda, o deixava admirar o membro em perfil.