Tenho um amigo que adora bananas. Fico atarantado como é que ele consegue comer bananas em qualquer lugar, a qualquer altura; e que quantidade. A acrescentar a isto diga-se que ele não mastiga a banana, mas como que a sorve – suavemente. Um espanto. É assustador, mas não deixa de ser um espanto. Soube ontem que juntou os trapos com alguém do sexo masculino. Já devia desconfiar que o seu gosto inusitado por bananas era a ponta do icebergue de uma homossexualidade latente. Agora começou, também, a comer banana de carne – enfim! Não estou em estado choque, apenas me sinto seriamente chocado.
Desisti de comer bananas por uma questão profiláctica, principalmente por que as comia em casa cortadas às rodelas, uma latente castração, segundo o que recordo ter lido numa revista Gina dos anos 80, estas memórias subliminares de merda mais tarde ou mais cedo vêm à tona; nos restaurantes as bananas eram mastigadas depois de sofrerem o flagelo do fogo. Existirá alguma mensagem escondida na imagem do fogo? Também alastrei a dieta aos pêssegos, os carecas e os cabeludos.
De fruta como apenas cerejas, morangos e lichias que são muita eróticas. Legumes apenas couves, feijão frade devido a possíveis acusações de racismo; este é branco e preto.
É uma boa altura para mudar alguns hábitos alimentares. Sou a favor da mudança.
Mencionei por diversas vezes o meu pessimismo quando ao festival. O que não deixou de ser positivo porque acima deste patamar de negativa exigência o que viesse à rede seria sempre bom peixe.
Aviso à Navegação
O sujeito de chapéu que aparece aqui em duas imagens rapinadas do Leituras de Bd é um nerd assumido.
Tenham medo, muito medo!!
Estes tipos são geralmente muito melgas! Esquisitos!
Fazem dieta a beber cerveja e esquecessem com facilidade de livros.
Contudo antes de falar do festival irei tratar do almoço. Como sempre chego a horas a qualquer compromisso excepto se me atrasar.
Assim, convido os leitores deste blogue para o dia 10 de Março, à hora de almoço (12:00), para uma supimpa refeição num dos restaurantes que ficam junto à Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde se irá realizar o 1º festival de BD MAB Invicta!
mab invicta, almoço – imagem rapinada: logotipo na televisão
Reparem nas 12h00. “Boa Tarde, venho aqui para um almoço que deve estar reservado.”
“Não tenho reservas para hoje, mas amanha tenho um almoço para cerca de 25 pessoas.”
“Não me diga que me enganei no dia.”
Saí do restaurante a pensar em que dia seria o almoço e que dia seria hoje. Sem me preocupar muito, sou a calma gélida em pessoa, ligo-me à net via Nokia x6 e não tenho saldo. Vou carregar o dito cujo e enquanto deslizo pela rua em direcção ao Jardim de São Lázaro para me preparar para consultar a net ouço “SENHOR! SENHOR!” À porta da churrascaria fui informado que alguém, o negativo de mim, magro!, tinha feito agora mesmo a reserva para as… 13h00. Fiquei contente e com fome. Sentei-me num banco do jardim e escrevi mais um conto, ou uma flash story como quiserem.
O almoço foi bastante saudável: batatas fritas, arroz, cerveja diluída em 7up, molho picante, azeitonas e para quem está preocupado com uma boa dieta bifes de frango grelhados. Os comensais foram o nec plus ultra do dia; valeu a pena a ida ao Porto só por isso.
E quanto ao Mab Invicta?
mab invicta, a 360 – imagem rapinada: logotipo no saco
Se não houvesse um farol diabólico a indicar o caminho não iria descobrir a entrada do festival. Certamente as sinalizações foram levadas pelo vento que não se fazia sentir ou eram insuficientes, ineficazes, ridículas.
O que realço de toda a organização e a ausência total de organização.
Acho que os convidados portugueses e estrangeiros mereciam outro tratamento. Os livros eram vendidos in loco e in persona pelos autores – foi, como diz o meu filho, podre! Descobri a sala das exposições por acaso. E vi pessoal sentado mais perdido do que eu. Mas nem tudo correm mal, houve vinho do Porto.
exposição – vista geral
Para um sujeito que não tem tido a oportunidade de frequentar estes antros de nerds a experiência foi agradável. Falando dos autores presentes e sem ofender ninguém: o pessoal da Zona é podre de bom, Filipe Melo é um cromo, positivamente, raro, aquele cromo que vale a colecção inteira, João Mascarenhas foi uma grande e literal surpresa, Mário Freitas vende-se bem. Sei que me esqueço de alguém, mas contra isto não posso fazer nada: os comprimidos já vieram tarde.
O contacto humano bombou a 110%. E Gostava de ver uma segunda MAB Invicta mais madura para o próximo ano.
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2012/03/mab_invicta.jpg436800porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2012-03-13 23:51:142021-01-08 16:53:29mab invicta – i festival internacional de multimédia, artes e banda desenhada