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as minhas necessidades

Não entendo as pessoas que dizem “vou fazer as minhas necessidades” quando se referem ao acto de cagar e mijar. Corrijo-me, ao acto de defecar, obrar, evacuar, urinar e não é merda, são fezes, dejectos, excrementos. Para suavizar uma tarefa biológica normal começamos a utilizar palavras mais leves. A tarefa só não é nojenta se for feita por um bebé.

Escrevo isto, porque, após ouvir as palavras “minhas necessidades” me recordei do que tinha lido em 1981 no livro Marune: Alastor 933 de Jack Vance, publicado pelas Publicações Europa-América. Coloco a versão original pois não estou para procurar os textos no meu livro.

For instance, the process of ingesting food is considered as deplorable as the final outcome of digestion, and eating is done as privately as possible.

Marune: Alastor 933 de Jack Vance


Now allow me to describe the act of eating. On those rare occasions when a Rhune is forced to dine in the company of others he ingests his food behind a napkin, or at the back of a device unique to Marune: a screen on a metal pedestal, placed before the diner’s face. At formal banquets no food is served – only wafts of varied and complicated odors, the selection and presentation being considered a creative skill.

Marune: Alastor 933 de Jack Vance

E claro o filme de Luis Buñuel “O Fantasma da Liberdade” no qual é exibida uma cena em que um grupo de comensais está sentado em sanitas, em redor de uma mesa, e de vez em quando se ausentam para irem comer, constrangidos, a uma sala-de-jantar.


E foram alguns apontamentos de merda.

reflexões redondas!

Uma pança redonda e firme é algo espectacular; uma obra de engenharia. Digna de ser pintada por um Rubens.
Uma pança em socalcos, caída é uma coisa disforme. Olhas para ela com desgosto e recordas com saudade quando o teu umbigo sorria no topo de uma montanha.

Uma reflexão directamente da sanita.

a dance with dragons

Tenho este livro, A Dance with Dragons, para ler desde 2011. Li os primeiros 4 livros de uma assentada com um grande prazer. Depois esperei pacientemente pelo lançamento do quinto volume. Assim que esteve disponível comprei a versão original e comecei de imediato a sua leitura.

A questão é que até ao dia de hoje ainda não finalizei o livro e não estou, também, a visualizar a série – deixei de a ver na temporada 3 (salvo erro).

O motivo que me leva a não pegar no livro e retomar a sua leitura está envolto na penumbra: ou é o peso, mais pesado que um tijolo, ou o número de páginas, são 1152, ou apenas o não ter, realmente, paciência para histórias que se prolongam ad eternum.

São mais pensamentos avulsos ou diários de sanita.

um problema químico…

Para mim ter uma relação sexual é tão normal como roer a unha do dedo grande do meu pé esquerdo ou, numa imagem mais inocente, como pescar moncos dentro do nariz. Entendo, que pessoal, que só “faça o amor” a cada 29 de Fevereiro se sinta revoltado com a minha desenvoltura – temos pena!

Contudo, hoje, não falarei de sexo, mas de química, para perceberam que BigPole é um poço de sabedoria e para abafar, igualmente, os críticos mentecaptos.
Irão concluir, não apenas que a química está presente em muitos actos da nossa vida, mesmo naqueles que pensamos que não, mas também que eu subjugo não apenas o sexo como a química. Um pouco de arrogância nunca me fez qualquer mal.
Acho que será a primeira vez que vai ser tratado, de forma consensual porque quimicamente, o resultado de uma actividade realizada por qualquer ser humano desde sempre. Tentarei usar uma linguagem simples, singela. Aqui vai…

Ontem, ou se preferirem hoje de madrugada, eram cerca das 03h15m, num ambiente de néon proveniente da minha sanita, quando estava a descer uma calça Denim Fit Loose e uma cueca boxer Hom, com um adorável desenho de fantasia e, cuja textura ultra-leve aconchega na perfeição o meu orgão genital, para alapar as nádegas numa Kohler com assento aquecido, pensava no tempo que se perde a evacuar; daí que tenha sempre à mão algumas revistas para folhear.

Depois de terminar o meu serviço, já com o regueiro limpo e não uso papel higiénico, mas sim as opções de uma sanita 4-1 que tem, também, função de bidé e como tal recebo no sítio adequado um jacto de água oscilante a uma temperatura suave e um fluxo de ar quente para secagem, tudo ajustável por comando, ah! e tem controlo de odor, puxei o autoclismo, atirei a roupa para o cesto de roupa suja, e nu preparava-me para um rápido banho de imersão ao som de uma relaxante música ambiente, quando reparei que ficou a boiar no fundo da sanita um resto, razoavelmente redondo, de fezes. Assustei-me. Enojei-me ver aquela coisa a enfrentar-me do fundo da minha Numi. Decidido a acabar com isso usei a função flush-full. O impossível aconteceu e o naco de fezes ganhou ao turbilhão aquático e lá permaneceu a boiar plácido. Assustado duplamente fiquei. Aquilo não se misturava.

Humm….. estaria perante um problema de polaridade? Duplo hummm… hummm…
Vejamos: bebi umas boas cervejas, acompanhadas por um petisco capaz de fazer corar o colesterol. E como sabemos que a água é uma substância polar e as gorduras apolares estaria perante um pedaço de fezes hidrofóbico? Grande questão química percebem? Novo flush-full, o mesmo resultado. Conclui que tinha de anular de alguma forma a polaridade das fezes e como tal atirei para dentro da sanita uns guardanapos que fui buscar à cozinha. Desta vez experimentei um eco-full e pumba o poio desapareceu nos meandros do esgoto. Milagre químico.

Conclusões a tirar? Primeiro que foi mais fácil afundar o Titanic; segundo que tenho de cortar nas gorduras.


o vosso químico BigPole

dia dos namorados vs dia dos casados

Hoje é o Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim. É uma data especial e comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais sendo comum a troca de cartões e presentes com simbolismo de mesmo intuito, tais como as tradicionais caixas de bombons. No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho. Em Portugal também acontecia o mesmo até há poucos anos, mas actualmente é mais comum a data ser celebrada em 14 de Fevereiro.

via wikipedia

Um gajo casado não é namorado.
Já passou pela fase do ovo (aka namorado), pela fase da larva (aka noivado); encontra-se actualmente na fase pupa (aka casado) e anseia perpetuadamente chegar à etapa imago (aka fase adulta).

É complicado explicar a uma qualquer mulher… casada! o natural esquecimento de uma prenda.

Tentei hoje uma breve explicação e sinto no âmago mais meu que o resultado não foi o mais positivo. Tive em último recurso de recordar à minha mulher (aka amante) que no sábado passado desfizeram-me uma barba de dois meses – ah! ah!, não pode existir melhor prenda, mesmo com efeitos retroactivos? Certo?

E tenho tudo a meu favor (acho eu com quase toda a certeza):

elogio sempre a comida que ela faz
e quando é preciso eu cozinho. encomendo uma pizza familiar e resolvo a questão qualquer que ela seja
levanto a tampa da sanita
e baixo a tampa da sanita
Além do mais sendo eu gajo casado 364 dias por ano como seria possível, academicamente filosofando, me transformar em namorado logo pelas 00h00?
Existe algum botão escondido? Uma palavra chave?