Inócuo é a palavra do dia nas suas metamorfose masculina e feminina. (Palavra masculina é feminina, mas relativa a homem – masculino; adjectivos inócuos.)
Inócuas são as palavras. Inócuas são as mortes e os nascimentos, os movimentos e os pensamentos. A guerra e paz são inócuas. Pessoas inócuas, mortais, venais. Religiões inócuas. Acres massacres inócuos. Sexo inócuo. Orgasmos inócuos. Inócuos agentes activos, reactivos, passivos. Ordem e desordem inócuas. Sentimentos, ilusões, confusões, multidões, mutilações inócuas. Alimentos inócuos.
O tempo não é inócuo. Assistir à passagem do tempo é inócuo. O tempo é.
Este sentimento de desilusão é uma sensação cíclica. De tempos a tempos perco a vontade de jogar a WOW – está a acontecer com o Thorgal. O único prazer que estou a ter é jogar com o Silentium, um Hunter Alliance, melhor ainda um Dark Iron Dwarf, porque está a subir de nível e isso dá-me gozo. É, assim, como que uma desilusão boomerang!
Adoro a classe dos Hunter a ainda mais os Dwarf.
Inicialmente chama-se Zapping, mas apaguei o char criando-o depois como Silentium.
Actualmente a posição do meus ‘necos é:
horde
Thorgal – Male Orc Hunter – 120
Duplicata – Female Undead Mage – 120
Aleluia – Male Undead Priest – 120
Fromage – Male Goblin Warlock – 120
Piolho – Male Mag’har Orc Shaman – 120
Alternity – Male Highmountain Tauren Warrior – 120
Sinto saudades do tempo em que era um alienado e vivia exilado em sonhos LSD. Pode, até, nem ser saudade este sentimento que me envolve em nevoeiro. Pode ser, apenas, a melancolia da distraída ignorância.
A Porta dos Infernos por Laurent Gaudé (edição pela Porto Editora) foi lido no decorrer do dia de ontem. É um daqueles livros que tinha para ler e que era preterido em relação a outros.
Já sabia antes de o começar a ler que ia gostar dele, não sabia que seria uma leitura vertiginosa. A Porta dos Infernos é um livro sobre a morte, o desespero, o esquecimento, a fragilidade dos sentimentos, mas acima de tudo sobre a importância da vida. Não me deixou indiferente; é um livro muito bem escrito e profundamente perturbador.
O Pintor de Batalhas por Arturo Pérez-Reverte foi outros dos livros que me conseguiu abalar – no bom sentido. Contudo A Porta dos Infernos é uma leitura mais sufocante.
E estas palavras ditas por Schmidt no filme “About Schmidt” podem quase explicar um pouco do que foi lido.
Relatively soon, I will die. Maybe in 20 years, maybe tomorrow, it doesn’t matter. Once I am dead and everyone who knew me dies too, it will be as though I never existed. What difference has my life made to anyone. None that I can think of. None at all.
About Schmidt
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2013/06/aportadosinfernos1.jpg1232800porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2013-06-17 11:22:212020-11-20 11:58:46a porta dos infernos
Maria Mariquitas teve a coragem, diga-se de louvar, de responder a algumas questões que me iam na alma, alma em sentido literário, já que sou ateu, o que só demonstra que é uma grande mulher medida em termos cúbicos – serei magnânimo e acrescento ao melhor estilo Dupond et Dupont que é uma grande mulher que leva à letra “Liebe Ist Für Alle Da“.
Aqui temos a entrevista possível tendo em conta que esta semana encontramos Sol em Escorpião com Ascendente em Leão.
1. Mariquitas é um nome com algum sentido escondido ou é apenas um nome pensado para se ficar com a ideia de coisa “fofa“? Mariquitas significa Joaninha em espanhol, que em certos países da américa latina, é mais sinónimo de praga do que de coisa fofa, por isso se à primeira vista tem um ar fofo, pode mais aprofundadamente ser verdadeiramente assustador…
2. E voltando ao nome não o achas pernicioso tendo em conta que pode evocar mariquices? É certo que me chamam muitas vezes de Mariquinhas, mas nunca me ofendeu…
3. Amor ao quadrado 25cmx25cm. Não achas que com essas medidas estás a colocar o amor numa moldura de vidro. Amor que deve ser livre e sem medidas? Nunca tinha visto as coisas sobre esse prisma, mas vou lançar uma colecção xxl de tamanho 50×50 para “dar mais espaço” ao Amor.. a outra hipótese é retirar o vidro e deixar o amor livre e desimpedido.
amor ao quadrado em moldura 25×25 (uma visão epistemológica do sentimento, amor)
4. Se eu te encomendasse um amor ao quadrado no qual quisesse ver exibido o amor que tenho à minha virilidade eras artista para encarar o projecto com seriedade? Ou ficarias constrangida ao descobrires que ainda existem coisas tão pujantes que iriam certamente castrar a tua musa? Como artista tenho de estar aberta a novos desafios, mesmo que me deixem de tal forma assustada que não consiga responder ao resto das perguntas.
5. O teu mercado é totalmente feminino ou tens algum macho que ainda não assumiu a sua feminilidade? O meu mercado, é quase exclusivamente feminino, mas tenho muitos fãs homens na comunidade o que revela certamente uma sensibilidade grande da parte deles.
6. Estás satisfeita ao cubo com as tuas realizações artísticas? Completamente, mas estou sempre a pensar que não consigo fazer melhor o que me angustia profundamente.
7. Já pensaste em alargar os quadrados a um mercado mais gótico? Ou vais permanecer nesta cena de que o amor é que está a dar? Acho o amor estará sempre presente naquilo que faço, mesmo que um dia troque o cor de rosa pelo preto.
Paulo, foi a entrevista mais maluca que já dei na minha vida!!!!
Obrigada!
Não tens de quê. Eu adoro provocar convulsões únicas.
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2012/10/600134.jpg650800porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2012-10-25 13:42:072021-01-13 11:02:59maria mariquitas, a entrevista
A inveja é um sentimento poderoso.
A inveja engana a auto-estima, faz-nos sentir superiores. O mal de inveja justifica os nossos erros, colocando nos outros a culpa de tudo o que nos corre mal. Começamos a fantasiar, e esquecemos que todos nós somos o nosso próprio reflexo e aquilo que vemos nos outros, estamos também a ver em nós. Não conseguir lidar com isto é viver alienado.
Tu que estás a ler isto. Sim tu (não olhes para o lado e também não está ninguém atrás de ti). Sabes que estou a escrever para ti: vive feliz com a tua inveja, vai p’ra puta que te pariu e compra um espelho.