Entrei no apartamento. Sentia-se a atmosfera pesada, como se o local soubesse que ali tinha sido cometido um crime.
Antes de entrar no quatro já se ouvia a azáfama da equipa forense. Apesar de ter visitado muitos cenários de crimes hediondos nunca deixo de ficar chocado com a capacidade humana para a crueldade. O que deparava perante os meus pés era o crime dos crimes. Uma bíblia foi desventrada por um punhal. Deu para perceber que proporcionou luta: diversas páginas estavam rasgadas, ainda coladas ao miolo, outras páginas encontravam-se espalhadas pelo chão – barbaridade.
Este livro de Claudio Magris são observações sobre a vida, a fé, a moral, motivadas por “instantâneos” – “um instantâneo é uma fotografia tirada com um tempo de exposição muito breve e sem apoio de um tripé.”
São apresentadas reflexões fantásticas e outras catitas, mas até as catitas são fantásticas. O que releva é o leitor sentir primeiro os argumentos pelo óculo do autor e depois ser “obrigado” a analisa-los através das suas próprias vivências.
Tradução Sara Ludovico
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.png00porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2020-01-17 15:18:122021-01-04 16:34:47instantâneos de claudio magris
Um dos habitantes mais populares da estação de Metro Mendeleyevskaya era um rafeiro apelidado de Malchik. O que o destacava dos outros canídeos era o facto de ter escolhido aquela estação de metro como residência definitiva. Protegia a estação e os seus frequentadores contra a presença de outros animais e bêbedos.
Em 2001, Yulia Romanova, matou à facada Malchik. Este incidente provocou uma revolta generalizada. Mais tarde, em 2007, através de uma recolha de fundos, foi erigida uma escultura em memória de Malchik chamada “Compaixão”.
Episódio narrado por Claudio Magris em “O rafeiro e uma modelo” no livro Instantâneos.
Ontem há noite na esplanada fui abordado por um padre que iniciou a conversa com um: “Olá. Boa noite meu filho.” “Deve estar enganado, pois o meu pai é o Brito” – respondi.
Vi ontem o primeiro episódio “The Outsider“, baseado na obra com o mesmo nome de Stephen King, e gostei.
Se algumas adaptações para a nona arte de histórias de Stephen King são logo nos primeiros minutos uma vergonha, com esta série isso não acontece, promete.
A atmosfera está perfeita; o enredo bem cadenciado – sublime – ajudado por uma banda sonora que se acomoda muito bem.
Adorei a actuação, plena de potencial. Aguardo com ansiedade mais episódios.
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.png00porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2020-01-15 10:01:122020-01-15 10:53:05the outsider, a série
A série de televisão You, baseada no livro de Caroline Kepnes, segue a obsessão de Joe Goldberg (Penn Badgley), gerente de uma livraria de Nova York, pela cliente Guinevere Beck (Elizabeth Lail).
Fui ver esta série motivado por um comentário positivo de S.
A série não é perturbadora, mas cómica. Vejamos:
temos duas personagens ocas e monótonas:
a personagem feminina, Guinevere Beck, é escritora, mas não escreve nada… ah exceptuando que publica toda a sua vida privada nas redes sociais
a personagem masculina, Joe Goldberg, não tem qualquer carisma e tira conclusões tão óbvias como se fosse um triste pastiche de Sherlock Holmes
a janela do apartamento de Guinevere Beck é por si só uma personagem e tanto
Joe Goldberg é um perseguidor de uma rapariga que vive num rés-do-chão com uma gigantesca janela sem cortinas e à frente da qual ela faz tudo – não é exibicionismo é estupidez
Joe Goldberg é um perseguidor que com apenas um boné consegue camuflar-se em qualquer ambiente; melhor do que um camaleão – Guinevere Beck e as amigas além de fúteis são cegas como morcegos
Tudo o que posso concluir é que única coisa positiva a retirar da série é apenas o comentário positivo de S.
Agnieszka adora a sua pacata aldeia no vale, as florestas e o rio cintilante. Mas o maléfico Bosque permanece na fronteira e a sua sombra ameaçadora paira sobre a vida da jovem. O povo depende do feiticeiro conhecido apenas por Dragão para manter os poderes de Bosque afastados. Mas o Dragão exige um terrível preço pela sua ajuda: uma jovem deve servi-lo durante dez anos, um destino quase tão terrível como perecer a Bosque. A próxima escolha aproxima-se e Agnieszka tem medo. Todos sabem que o Dragão irá levar a bela, graciosa e corajosa Kasia, tudo aquilo que Agnieszka não é, e a sua melhor amiga no mundo. E não há forma de a salvar. Mas Agnieszka teme as coisas erradas. Porque quando o Dragão chega, a sua escolha surpreende todos..
Saída de Emergência
O livro Coração Negro de Naomi Novik ganhou o prémio Nebula para a melhor romance (2016) e o prémio Locus para o melhor romance de fantasia (2016).
É uma história muito boa, com pormenores horríveis (deliciosos), pintalgado de romance e de humor. A magia está cheia de efeitos sonoros e tão fulgurantes – a palavra escrita é poderosa, mas mais o é a palavra falada/cantada.
A narração de magia são dos melhores momentos do livro. As personagens são, igualmente, memoráveis. Tudo é um primor.
Tradução de Sérgio Gonçalves
https://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.png00porta VIIIhttps://portaviii.barcelos.info/blog/wp-content/uploads/2019/01/logo-portaviii.pngporta VIII2020-01-13 09:57:222020-02-13 11:42:33coração negro de naomi novik