a minha viagem de comboio

Tendo não como referência Porto, mas a cidade onde habito decidi, impulsionado pelo artigo “A viagem de comboio mais longa do mundo começa em Portugal” fornecido pela colega Joana Matos, traçar a minha quase ideal viagem de comboio.

Com partida de Barcelos com destino a Viana do Castelo teria viajado 31,2 km. Aí poderia retomar a viagem com destino a Vigo-Guixar e seriam mais 91,1 km (total de 122,3 km). 

Em Vigo teria de me preparar para um viagem de mais de 6 horas até Madrid-Chamartin e para percorrer 610.3 km

Chegado aqui poderia optar pelo norte de França e ir encontrar Biarritz ou optar pelo sul de França e passear os olhos por Perpignan na Côte Vermeille. Ir a Paris seria uma opção cosmopolita, mas percorrer outros trilhos seria a minha escolha. Assim, teria um curto passeio (7,7 km) de Madrid-Chamartin a Madrid-Puerta de Atocha para apanhar o comboio até Perpignan numa viagem de 807,2 km. Depois de um total de 1.547,50 km teria já cruzado duas fronteiras e estaria em França – voilá!

Em Perpignan continuaria a utilizar as linhas mais perto do mar e passando por Montpellier Saint-Roch, Marseille Saint-Charles cruzaria a Côte d’Azur, a famosa French Riviera (Cannes, Nice), até mergulhar em Génova (Itália) numa viagem de 735,9 km

Em Itália o que escolher? Descer a bota até Brindisi e apanhar um ferry para Tirana? Ou esquecer Itália? O mais sensato para evitar a utilização ao indispensável de outros meios de transporte seria ir até Veneza. Escolha feita – comboio de Genova Piazza Principe até à estação de Venezia S. Lucia e seriam mais 404,1 km. Veneza local ideal para descansar até avançar para Trieste numa viagem de 153,1 km para, depois, arrancar para Zagreb (Croácia).


Deixei de parte, com tristeza, Istambul porque as suas linhas férreas em Turquia estão a sofrer desde 2004 uma mudança e como tal tem de ser feita uma viagem de autocarro e carro desde Halkali até Istambul. E se depois desejasse continuar até Ancara a solução seria apanhar um autocarro de Istambul até Pendik onde apanharia o comboio. Esta modernização implicou o encerramento da Estação Sirkeci desde Março de 2013.  A construção do túnel Marmaray tem sofrido constantes percalços, mas tem, actualmente, a data prevista de conclusão para finais deste ano.

O Expresso do Oriente (Paris-Viena-Budapeste-Bucareste-Istambul) esteve sempre fora de questão porque deixou de existir, passados 126 anos, em 12 de Dezembro de 2009.


Fim de parêntese. Nesta altura já teria passado por Espanha, França, Itália, Eslovénia (estação de  Ljubljana) e estaria na Croácia. Teria percorrido até então 3.103,20 km em dois dias.

E seria, aqui, em Zagreb [1] que poderia optar por ir até Moscovo para viajar no ainda funcional Expresso Transiberiano ou escolher uma viagem e uma paisagem menos agreste.

A escolher a primeira opção iria até Moscovo e percorrer ainda um total de 2.354,20 km, passando por Budapeste (Hungria) e Kiev (Ucrânia). Em Moscovo iria, então, por apenas 180,00€ , viajar na linha transiberiana, que continua a ser expandida, a bordo do Expresso Transiberiano (neste caso o Rossiya Trans-Siberian Train), num percurso até à cidade de Vladivostok. O mesmo trajecto feito por Paul Theroux narrado no livro “Comboio-Fantasma para o Oriente”. Seria uma viajem de 7 dias e de 9289,0 km

Teria no total viajado 14.750,90 km em 10 dias e despendido a quantia de 755,00€. 


A segunda opção [1] seria não seguir para Moscovo, mas visitar Baku, no Azerbaijão, localizada nas margens do Mar Cáspio. Baku, cidade que sonho visitar desde que li o livro “Baku, Últimos Dias” por Olivier Rolin e que acho ser uma das mais belas cidades do mundo.
Passaria, ainda, por Budapeste (Hungria) e Kiev (Ucrânia) Teria nesta opção viajado cerca de 4 dias desde Zagreb até Baku e percorrido 4.120 km. Teria viajado apenas 7.233,80 km em 6 dias e gasto a quantia de 983,00€. Viagem mais curta, mas curiosamente mais cara.


1ª imagem retirada da wikipedia: a estação inicial da via férrea Transiberiana em Moscovo.
2ª imagem retirada do site The Real Russia: Rossiya, the Trans-Siberian railway, Russia

coisas frescas

Aproveitei descontos brutais.


Claire North não tem desapontado. John Scalzi idem. O desconhecido é mesmo Robert J. Sawyer e vou começar com “Red Planet Blues” uma livro que desenvolve “Identity Theft” (prémio Nebula) e o conto “Biding Time” (Prémio Aurora) – teremos um Marte sem lei onde tudo é barato, especialmente a vida.

no interior: “metade da vida”

Arte no interior do livro Metade da Vida por V. S. Naipaul.

Quetzal Editores

teoria geral do esquecimento de josé eduardo agualusa

Primeiro apontamento: o livro é mesmo muito bom. Simples. Nada a acrescentar. Com personagens perfeitamente desenvolvidas, credíveis, que espelham sem complexos as diversas emoções humanos este livro é uma gema pura. José Eduardo Agualusa bombeia emoções.

Segundo apontamento: os títulos de alguns capítulos deste livro são outra mais valia. Vejamos:

  • O nosso céu é o vosso chão
  • A substância do medo
  • Depois do fim
  • Sobre as derrapagens da razão
  • Os dias deslizam como se fossem líquidos
  • A subtil arquitetura do acaso
  • O colecionador de desaparecimentos
  • Sobre Deus e outros minúsculos desvarios
  • É nos sonhos que tudo começa

Quetzal Editores

largo winch, volume 8

Mais duas histórias da dupla Philippe Francq e Jean Van Hamme.

álbum_15. Os Três Olhos dos Guardiães do Tao
álbum_16. A Lei e a Virtude

Achei estas histórias menos estimulantes.


edição Público/ASA

largo winch, volume 7

Neste volume temos mais duas histórias da dupla Philippe Francq e Jean Van Hamme.

álbum_13. O Preço do Dinheiro
álbum_14. A Lei do Dólar

O facto de ser introduzida uma nova personagem, Silky Song, a nova piloto, trouxe uma nova dinâmica às histórias. Adorei.


edição Público/ASA

dialogues – did you eat chocolate?

— Did you eat chocolate?
— How do you know?
— Your breath smells like chocolate.
— Oh! Yes, I did.
— You were not even able to deny it.
— Do you want me to be a liar? You’re the one who buys the chocolate. You’re luring me.
— Yes, It’s true that I buy the chocolate, but I’m thin. And besides, it was hidden.
— Hidden? What a great hiding place, in front of the crackers. Conclusion, I am fat and greedy. And the fact that you’re thin gives you the right to eat the chocolate by yourself? And all this revolt because of 100 grams of chocolate – you insult me.
— Insults? Are not you fat?
— Of course I’m not fat, I’m overweight.
— That’s right … and you were not greedy about eating aaaaall the chocolate?
— Of course not, I was an opportunist. Opportunity makes a glutton.
— You’re right, you’re not fat or greedy… you’re a dick. Jeez!
— I do not say no to that. When are you going to buy and hide more chocolate?
— Turn off the light and sleep.

no interior: “teoria geral do esquecimento”

Arte interior no livro “Teoria Geral do Esquecimento” por José Eduardo Agualusa.

Quetzal Editores

o inverno em lisboa de antonio muñoz molina

Rick: Go ahead and shoot. You’ll be doing me a favor.

de Casablanca

Antonio Muñoz Molina oferece com uma prosa elegante e musical, o jazz sempre presente, uma história que nos hipnotiza a cada página. 
O Inverno em Lisboa é uma história de sombras escuras e obscuras que se desenrola como uma intrincada, mas elegante partida de xadrez.

Fechou os olhos, beijou-lhe os cantos dos lábios, as faces, o início do cabelo, numa escuridão mais desejada que a música e mais doce que o esquecimento.

página 205

Autor que adorei descobrir.


edição Ponto de Fuga

império malazano

Império Malazano em inglês

1. Gardens of the Moon [Jardins da Lua]
2. Deadhouse Gates [Os Portões da Casa dos Mortos | O Caminho das Mãos]
3. Memories of Ice [Memórias do Gelo | Capustan]
4. House of Chains 
5.Midnight Tides
6. The Bonehunters
7.Reaper’s Gale
8. Toll the Hounds
9. Dust of Dreams
10. The Crippled God

Império Malazano pela Saída de Emergência

A publicação em português dos livros da saga do Império Malazano segue a mesma ordem da publicação inglesa. A partir do 2.º livro (“Deadhouse Gates”), a edição portuguesa foi dividida em dois livros (“Os Portões da Casa dos Mortos” e “O Caminho das Mãos”), o mesmo sucedendo no 3.º livro (“Memories of Ice”), que também foi dividido em dois (“Memórias do Gelo” e um segundo livro a publicar em Abril).

informação fornecida pela Saída de Emergência

1. Jardins da Lua
2. | 2.1 Os Portões da Casa dos Mortos 
3. | 2.2. O Caminho das Mãos
4. | 3.1. Memórias do Gelo
5. | 3.2. Capustan


Entrada irá ser actualizada para acompanhar os lançamentos da Saída de Emergência.


Fan art by Shadaan (via Malazan Wiki) – imagem (1): Karsa Orlong