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um pedido nada usual (excerto)

A fachada da companhia de multi-serviços 1.2rc2 é uma autêntica manta de retalhos. Reflexo da sobrevivência a três 1/2 terramotos, a dois tufões, a um ataque de harpias e, talvez a pior ocorrência, ter sido vítima inocente, na esquina octogonal lateral direita, logo a seguir à actualização 1.b, da mordida de Cerberus. Será, certamente devido a esses ataques, o motivo para a fachada não ter uma versão definitiva e actualizada.

É um edifício que aparenta estar a cair a qualquer momento, mas que é mais seguro do que um pudim molotov. E não deixa ser uma sublime visão arquitectónica para uns, ou uma aberração assustadora para outros. Acrescente-se o facto de ter, pelo que é dado a conhecer, duas portas de entrada e uma delas, introduzida na actualização rc1.b, estar colocada a trinta e cinco metros do chão. Podem dizer que a porta superior é apenas de saída, mas todos nós sabemos que primeiro as portas servem para entrar e só depois para sair.

Foi, pois, através da porta do rés-do-chão, na sua versão v1.0, que um homem de idade indecifrável entrou no edifício e se dirigiu com passo determinado ao balcão F1.
‘Quero encomendar um suicídio.’


informações: apenas um extracto da história

duas frustações

mota novinha em cima. uma recta perfeita de 5 quilómetros. ‘vou experimentar agora quanto esta merda atinge‘, pensa. e aí o vemos a speedar totalmente concentrado. vrummmmm. uma velocidade. duas. três e mortal despiste – dupla frustração: morreu e não chegou a ver a velocidade da merda.


a vida não vale a pena ser vivida. não faço nada certo‘, concluiu. e daí que o homem decide em boa hora, boa pelo menos para ele, por fim à sua vida com um tiro na cabeça. a bala entra no lado direito e sai no lado esquerdo do crânio e ele não morre. fica apenas em estado crítico, mas sobrevive – dupla frustração: não morreu e até a realizar uma actividade cujo sucesso só dependia dele, falha.