Artigos

laura

(…) decalcara-a da última cena de Laura: um homem sozinho numa divisão quase às escuras, e Gene Tierney parada no umbral, não recém-chegada, mas recém-aparecida, como as aparições das histórias de fantasmas, não coberta com um lençol, mas vestindo uma gabardina desabotoada, com o cabelo e os ombros molhados.

Como a Sombra Que Passa de Antonio Muñoz Molina

no interior: “como a sombra que passa”

Fotos no interior do livro “Como a Sombra que Passa” de Antonio Muñoz Molina publicado pela Ponto de Fuga.

josé eduardo agualusa

Depois de ter lido “A Teoria Geral do Esquecimento”, por José Eduardo Agualusa, fiquei de tal forma fascinado pela sua escrita que tenha decidido começar a ler o resto da sua obra pela ordem de obtenção de cada título – pois claro.

Na seguinte lista não coloquei as suas obras de literatura infantil, “Estranhões e Bizarrocos”, ” A Girafa que Comia Estrelas”, “Um Pai em Nascimento”; “Lisboa Africana” grande reportagem sobre a comunidade africana de Lisboa, em parceria com Fernando Semedo (texto) e Elza Rocha (fotografia).


Acho que nesta lista não falta nada. A corrigir se necessário.


A existir links é a prova provada de que já li a obra.

[1] Os contos deste livro inicialmente publicados pela editora Vega foram reunidos no livro “A Feira dos Assombrados” publicado pela Quetzal. Todas as histórias partilham o Dondo como ponto comum.

escrevo

Escrevo
em avulso,
por grosso.
Assim e assado!

Escrevo palavras
açucaradas,
azedas,
insossas,
mas nunca salgadas.
O sal é sagrado.
Beatifica-me o corpo
e o espaço.

Escrevo palavras
planas,
convexas,
côncavas,
mas nunca espelhadas.
O espelho é cópia.
Reflecte-me o real
e o virtual.

Sombras de beatas.

Escrevo um sim.
Escrevo um não,
mas nunca um talvez.
Se não estou tramado
com a indefinição.

lol, camouflage 11.0 – spicy

Wearing a turban, his body covered with sandalwood ashes and painted with dye, his face decorated with an outline of a black beard, precariously wrapped in a ragged saffron robe, fastened on a piece of rope is a loincloth that pretends to hide his nakedness, with sacred beads and sequins around his neck, a gold chain looped on his right ankle, which makes him appear to be a young sadhu although he does not have any tilaka on his forehead, he walks through Rishikesh towards Haridwar.
A smile of pure satisfaction radiates from his face as his senses embrace the colors, smells and flavors of the spice stands that surround him.
Sitting near the bank of the Ganges River, wearing the shade of a tree, after having crossed the Laxman Jhula Bridge, he realizes how magnificent the smells of Rishikesh are and is proud to have chosen this pilgrimage route to the Maha Kumbha Mela. ‘It is incredible how in a crowd one can better perceive healthy solitude’ is the thought that arises before the undulating mystique of the Ganges River. It is this refuge that he needed and also the absorption of millennial energies.
It is almost sunset. The young sadhu rises and as he leaves behind the Ganges the aquatic magic is diluted harmoniously in the bustle of the metropolis and he feels like the link that unites the two landscapes. His readings taught him that there may be no chaos in chaos, as there may be no order in order, but these maxims begin to be broken when he is surrounded by a group of tourists who had hitherto been photographing the exterior of Trayambakeshwar.
‘A HOLY MAN!’ they shouted.
‘Holy? Where?’ he questions himself, but as he is pointed out by cell phones, he suspects that they think he is the saint, ‘crazy people!’

[… an excerpt …]

“a sombra da águia”, por arturo pérez-reverte

Em “A Sombra da Águia”, por Arturo Pérez-Reverte temos um livro de um grande contador de histórias, mas um livro que nos fala da morte, da guerra e com imenso humor. Dei imensas gargalhadas a ler este pequeno GRANDE romance.

A Sombra da Águia, que Arturo Pérez-Reverte publicou em 1993 nas páginas do El País sob a forma de folhetim, e que se encontrava até hoje inédita em Portugal, é, na sua aparente simplicidade, uma das obras que melhor espelha o virtuosismo literário do seu autor, o seu sentido de humor e a sua fidelidade aos grandes temas do ser humano, como a guerra, o heroísmo anónimo e a noção de Pátria. A história é baseada num acontecimento real: em 1812, durante a Campanha da Rússia, num combate adverso para as tropas napoleónicas, um batalhão de antigos prisioneiros espanhóis, alistados à força no exército francês, tenta desertar, passando-se para os russos. Interpretando erroneamente o movimento, o Imperador encara-o como um acto de heroísmo e envia em seu auxílio uma carga de cavalaria que terá consequências imprevisíveis.

Porto Editora

É uma edição da Porto Editora de 2009 e comprada a mais que saldo.


Pintura por Louis-François Lejeune: “Napoleão na Batalha de Borodino”.