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convento della carità

@ six days in the veneto

No seu livro “Viagem a Itália” Goethe fala deste convento e em particular de umas escadas em caracol. Curioso fui à pesquisa. Este convento foi projectado por Andrea Palladio. A sua construção decorreu de 1561 a 1562, e ficou incompleta. O que fez soltar esta pergunta ao escritor:

Ah, caro Destino, tu que favoreceste e eternizaste tanta estupidez, porque é que não deixaste que esta obra se realizasse?

página 114

Sobre as escadas:

Mas apressei-me a ir até à Carità (…). De um dos lados fica a sacristia, do outro uma sala do capítulo, ao lado da mais bela de caracol do mundo, com uma espiral larga e aberta, os degraus de pedra metidos na parede e sobrepostos de tal modo que um sustenta o outro; não nos cansamos de a subir e descer, e podemos ter uma ideia da sua harmonia se nos lembrarmos de que o próprio Palladio a considera uma obra perfeita.

páginas 113/114


Photo by @ Six Days In The Veneto

a ler: viagem a itália

Estou a ler, calmamente, como deve ser, esta obra de Goethe. Está a ser uma leitura muito educativa.

Esta viagem de Goethe não foi apenas uma narrativa de viagem; foi, também, uma viagem ao interior de si mesmo – Bildung. [1]


[1] refere-se à educação (formação, educação e cultura) processual que almeja a completude do indivíduo.

johann wolfgang von goethe

Pequena biografia extraída do livro “Viagem a Itália” editado pela Bertrand na colecção 11×17.

canto nómada de bruce chatwin

Canto Nómada (The Songlines) de Bruce Chatwin, editado pela Quetzal Editores na colecção Terra Incógnita, foi uma leitura deslumbrante.

Será que a linguagem começou como música?

Tradução de José Luís Luna

breviário mediterrânico de predrag matvejevitch

O posfácio por Robert Bréchon diz quase tudo:

O «Breviário» propriamente dito, cujos fragmentos sucessivos se encadeiam com uma fluidez musical, enuncia os temas: é o catálogo dos tópicos de todos os discursos possíveis sobre o Mediterrâneo: portos, ilhas, ventos, correntes, costas, faróis, terrenos, línguas, utensílios, migrações, batalhas navais, etc. Contei perto de uma centena, que se subdividem e se ramificam em milhares de aspectos, variantes, significações e circunstâncias.

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Foi uma leitura empolgante apesar de cansativa nas duas últimas duas partes.


Tradução de Pedro Tamen

no interior: “breviário mediterrânico”

Vinheta existente no interior do livro Breviário Mediterrânico de Predrag Matvejevitch.

viagem por áfrica de paul theroux

Outro livro de Paul Theroux que adorei. Neste o autor acaba por ser muito, mas muito mais crítico do que qualquer outro que li devido, naturalmente, à relação emocional com África.

Uma boa escolha para integrar a colecção Terra Incógnita.


Tradução de Maria José Figueiredo

obelisco inacabado de assuã

O obelisco inacabado de Assuã é um obelisco do Antigo Egito cuja extracção não foi concluída, provavelmente devido ao aparecimento de rachaduras na rocha. Está deitado de lado em uma grande pedreira de granito rosa a cerca de 2 km ao sul da cidade de Assuã, no Egito. O lado inferior não foi destacado da rocha devido ao abandono do projeto. Com quase 42 metros, teria sido o mais alto do mundo se tivesse sido completamente extraído e erguido. Seu peso é estimado em cerca de 1.200 toneladas. Acredita-se que remonta ao reinado do faraó Tutemés III e foi parte de um par de obeliscos cujo segundo exemplar, o Obelisco Laterano, originalmente localizado em Carnaque e agora em Roma, em frente à Arquibasílica de São João de Latrão. A área onde está localizado o obelisco foi declarada como um museu a céu aberto pelo governo egípcio e é visitada continuamente por milhares de turistas.

Wikipédia


O que mais me encantava em África era a circunstância de parecer inacabada, muda mais imponente, como o gigantesco obelisco da pedreira de Assuão – uma pedra bela e imperfeita incorporada na rocha, que se fosse erigida, teria uma altura de 15 metros; para mim, era o símbolo mais adequado da África que eu conhecia.

Viagem por África de Paul Theroux (página 392)

flamingos no quênia

Lago Nakuru é um dos três lagos inter-relacionados província do vale do Rift, no Quênia. Estes lagos são lar de 13 espécies de aves globalmente ameaçadas e algumas das diversidades de pássaro mais altas do mundo. Uma característica absolutamente incrível do Lago Nakuru são as grandes reuniões de flamingos. Durante esse fenómeno, é possível encontrar duas espécies diferentes de flamingos: o “Greater Flamingo” e o “Lesser Flamingo”.

wiki culturama
wiki culturama
wiki culturama

Os lagos de soda, superficiais e corrosivos, situados perto de Naivasha e Nakuru, eram justificadamente famosos pelos seus flamingos. Os flamingos menores reuniam-se no lago Nakuru, os maiores no lago Natron. Avistei enormes manchas cor-de-rosa no lago Elmenteita: milhares de aves. Alimentavam-se nos seus baixios, de cabeça inclinada, fazendo oscilar os graciosos pescoços; arrastavam o bico pela água e picavam os alimentos.
Os turistas só viam estes pássaros encantadores e nada sabiam acerca do padre Kaiser ou das forças obscuras do Quénia que o tinham liquidado.

Viagem por África de Paul Theroux (página 245)

igrejas de lalibela

o templo de são jorge

As igrejas escavadas na rocha de Lalibela constituem um Património Cultural da Humanidade situado na Etiópia, a 640 km ao norte da capital, Adis Abeba, e a 1.500 m de altitude. Onze igrejas e um mosteiro, além de vários sepulcros e outros lugares sagrados formam uma cidade labiríntica escavada no subsolo. Cada um destes templos foi talhado na rocha da montanha, como se fossem esculturas. O templo de São Jorge, um monólito em forma de cruz grega, é o principal.

Wikipédia

o templo de são jorge

A Etiópia tem uma das mais antigas tradições cristãs. Para seus fiéis, de tradição copta, a peregrinação a Lalibela tem o carácter de uma viagem a Jerusalém. As igrejas transformaram a cidade em um lugar de orgulho e de peregrinação para os fiéis da Igreja Ortodoxa Etíope, atraindo 80.000 a 100.000 visitantes por ano. Nesses dias, a Fasika, Páscoa etíope, torna Lalibela o centro do país.

Lalibela ficava para norte, a grande distância; tratava-se da longínqua zona onde ficavam situadas as belas igrejas coptas do sécul XII esculpidas em rocha vulcânica e que figuram em todos os cartazes que dizem «Venham visitar a Etiópia». A cidade ficava nas montanhas Lasta (…)

Viagem por África de Paul Theroux (página 171 )


[1] Lalibela: map of the site, showing the location of the churches (numbered) and the areas of spoil (in colour) resulting from the cutting of the monuments (satellite photograph: Google Earth. Geomorphological observations and mapping: L. Bruxelles/INRAP/CFEE)