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o colecionador de erva de francisco josé viegas

Esta leitura, ao contrário das outras histórias de Jaime Ramos, tem muito pouco de Jaime Ramos. Não deixa, contudo, de ser um livro brilhante e mesmerizante.

Com uma narrativa sensual e poética viajamos por vidas, memórias, tragédias; 20% de investigação, 80% de reflexões – 100% de qualidade.

um crime capital de francisco josé viegas

Em mais uma aventura de Jaime Ramos, Francisco José Viegas não desaponta, mas, também, não deslumbra.

longe de manaus de francisco josé viegas

Depois de iniciar uma investigação sobre a morte de um homem desconhecido encontrado num apartamento dos arredores do Porto, Jaime Ramos é levado a percorrer caminhos que o transportam entre Portugal, o Brasil e a memória de Angola. Nesse triângulo vivem personagens solitárias que desaparecem sem deixar rasto e cujas biografias tenta reconstruir a partir do nada, socorrendo-se apenas da sua imaginação. Esse percurso transportará o leitor da Beirute do século XIX até ao coração da Amazónia e à Manaus contemporânea, do Porto a São Paulo, de Luanda ao Rio de Janeiro e ao Amapá, da guerra de Angola e da Guiné aos apartamentos vazios onde são recolhidos cadáveres, memórias e silêncios. Este cruzamento de geografias e de tipos humanos provoca alucinações no próprio narrador, que ora escreve em português de Portugal, ora em português do Brasil, e no investigador Jaime Ramos, que é obrigado a inventar histórias de perdição para que o seu mundo tenha algum sentido.

Terminei, ontem, a minha segunda leitura de Francisco José Viegas e do seu Inspector Jaime Ramos e não fiquei nada desiludido.