traduções, escolhas…

“Um Estranho Numa Terra Estranha” é um livro originalmente escrito em inglês que a páginas tantas tem o seguinte texto:
IN THE VOLANT LAND OF LAPUTA, according to the journal of Lemuel Gulliver recounting his Travels into Several Remote Nations of the World, no person of importance ever listened or spoke without the help of a servant, known as a “climenole” in Laputian-or “flapper” in rough English translation, as such a Servant’s only duty was to flap the mouth and ears of his master with a dried bladder whenever, in the opinion of the servant, it was desirable for his master to speak or listen.
texto na edição original
(…) century and half before they were observed by Terran astronomers, and, secondly, Laputa itself was described in size and shape and propulsion such that the only English term that fits is “flying saucer.”
texto na edição original
A minha primeira leitura do livro “Um Estranho Numa Terra Estranha” foi a edição da Publicações Europa-América de 1982, Livros de Bolso, série Ficção Científica, traduzido por Luísa Rodrigues. Aqui a tradução do termo “flapper” não foi feita.
(…) ou flapper, na tradução inglesa (…)
página 128
Convém referir que a edição publicada pelas Publicações Europa-América não é a história completa, mas a edição que continha cerca de 160.000 palavras. A edição publicada pela Saída de Emergência é a edição completa a rondar as 220.000 palavras.
The earlier edition contained a few words over 160,000, while this one runs around 220,000 words. Robert’s manuscript copy usually contained about 250 to 300 words per page, depending on the amount of dialogue on the pages. So, taking an average of about 275 words, with the manuscript running 800 pages, we get a total of 220,000 words, perhaps a bit more.
perfácio
Ao longo da tradução de Jorge Candeias para a edição da Saída de Emergência vamos lendo:
Aprendera recentemente a falar inglês simples (…)
página 33, volume I
Secretário-Geral: Não preciso dele. Você diz que o Smith compreende o inglês.
página 67, volume I
– Aguenta aí – disse apressadamente Harshaw – O problema está na língua inglesa, não em ti.
página 172, volume I
Mas chegados à parte sobre a terra de Laputa o tradutor escolhe este caminho:
(…) ou «batedor», em tosca tradução para português (…)
página 202, volume I
(…) e uma propulsão que o único termo português que lhe corresponde é o de «disco voador».
página 204, volume I
Numa tradução espanhola de 1996 por Domingo Santos (Plaza & Janés Editores S.A.), temos:
(…) «palmeador» según su traducción aproximada al inglés (…)
Gostava de saber por que o tradutor Jorge Candeias optou pelo caminho de traduzir a palavra “inglês” para “português“.
Enviado email à Saída de Emergência:
No original do livro Um Estranho Numa Terra Estranha consta o seguinte texto “IN THE VOLANT LAND OF LAPUTA, according to the journal of Lemuel Gulliver recounting his Travels into Several Remote Nations of the World, no person of importance ever listened or spoke without the help of a servant, known as a “climenole” in Laputian-or “flapper” in rough English translation, as such a Servant’s only duty was to flap the mouth and ears of his master with a dried bladder whenever, in the opinion of the servant, it was desirable for his master to speak or listen.”
Gostava de saber porque o tradutor optou por colocar o texto “(…) ou «batedor», em tosca tradução para português (…)” e “(…) e uma propulsão que o único termo português que lhe corresponde é o de «disco voador».“
Depois de ler a resposta do tradutor que de seguida transcrevo devo admitir que tem toda a lógica a opção utilizada.