Artigos

leituras em 2019

Para me manter na crista da onda vou tentar listar, por que a vida também se faz de listas, alguns dos livros que me satisfizeram ACIMA da MÉDIA em 2019.

  1. Contos de S. Petersburgo por Nikolai Gogol
  2. O Céu Que Nos Protege por Paul Bowles
  3. A Conjura por José Eduardo Agualusa
  4. O Vendedor de Passados por José Eduardo Agualusa
  5. Um Estranho Numa Terra Estranha por Robert A. Heinlein
  6. Comer/Beber por Filipe Melo e Juan Cavia
  7. Barroco Tropical por José Eduardo Agualusa
  8. A Nuvem de Smog e a Formiga Argentina por Italo Calvino
  9. Babilónia por Yasmina Reza
  10. Devias Ter-te Ido Embora por Daniel Kehlmann
  11. Hotel Silêncio de Auður Ava Ólafsdóttir
  12. Matadouro Cinco de Kurt Vonnegut
  13. A Trilogia de Nova Iorque de Paul Auster
  14. Estação das Chuvas de José Eduardo Agualusa
  15. A Contraluz de Rachel Cusk
  16. 1Q84 (volume 1) de Haruki Murakami
  17. Astonishing X-Men – livro um
  18. Doutor Sonho de Stephen King
  19. Samitério de Animais de Stephen King
  20. Elevation de Stephen King
  21. Teoria da Viagem. Uma poética da Geografia de Michel Onfray
  22. Os Meus Heróis Foram Sempre Drogados de Ed Brubaker e Sean Phillips
  23. Como a Sombra Que Passa de Antonio Muñoz Molina
  24. Blacker Against the Deep Dark by Alexander Zelenyj
  25. Viagem por África de Paul Theroux
  26. O Periférico de William Gibson

um estranho numa terra estranha de robert a. heinlein

Lido em 1986 e fiquei mais do apaixonado pelo livro. Foi um marco nas minhas leituras de ficção científica.

Relida desta feita a versão integral e as sensações, confusões, indagações, crepitações, lacerações e outras tantas aliterações causadas resultaram numa leitura fantástica.


Tradução de Jorge Candeias

de sempre!

Fundação = “O Melhor Livro de Ficção Científica de Sempre”

Um Estranho Numa Terra Estranha = “O Mais Famoso Romance de Ficção Científica de Todos os Tempos”

Nada como uma boa frase publicitária.

traduções, escolhas…

“Um Estranho Numa Terra Estranha” é um livro originalmente escrito em inglês que a páginas tantas tem o seguinte texto:

IN THE VOLANT LAND OF LAPUTA, according to the journal of Lemuel Gulliver recounting his Travels into Several Remote Nations of the World, no person of importance ever listened or spoke without the help of a servant, known as a “climenole” in Laputian-or “flapper” in rough English translation, as such a Servant’s only duty was to flap the mouth and ears of his master with a dried bladder whenever, in the opinion of the servant, it was desirable for his master to speak or listen.

texto na edição original

(…) century and half before they were observed by Terran astronomers, and, secondly, Laputa itself was described in size and shape and propulsion such that the only English term that fits is “flying saucer.”

texto na edição original

A minha primeira leitura do livro “Um Estranho Numa Terra Estranha” foi a edição da Publicações Europa-América de 1982, Livros de Bolso, série Ficção Científica, traduzido por Luísa Rodrigues. Aqui a tradução do termo “flapper” não foi feita.

(…) ou flapper, na tradução inglesa (…)

página 128

Convém referir que a edição publicada pelas Publicações Europa-América não é a história completa, mas a edição que continha cerca de 160.000 palavras. A edição publicada pela Saída de Emergência é a edição completa a rondar as 220.000 palavras.

The earlier edition contained a few words over 160,000, while this one runs around 220,000 words. Robert’s manuscript copy usually contained about 250 to 300 words per page, depending on the amount of dialogue on the pages. So, taking an average of about 275 words, with the manuscript running 800 pages, we get a total of 220,000 words, perhaps a bit more.

perfácio

Ao longo da tradução de Jorge Candeias para a edição da Saída de Emergência vamos lendo:

Aprendera recentemente a falar inglês simples (…)

página 33, volume I

Secretário-Geral: Não preciso dele. Você diz que o Smith compreende o inglês.

página 67, volume I

– Aguenta aí – disse apressadamente Harshaw – O problema está na língua inglesa, não em ti.

página 172, volume I

Mas chegados à parte sobre a terra de Laputa o tradutor escolhe este caminho:

(…) ou «batedor», em tosca tradução para português (…)

página 202, volume I

(…) e uma propulsão que o único termo português que lhe corresponde é o de «disco voador».

página 204, volume I

Numa tradução espanhola de 1996 por Domingo Santos (Plaza & Janés Editores S.A.), temos:

(…) «palmeador» según su traducción aproximada al inglés (…)

Gostava de saber por que o tradutor Jorge Candeias optou pelo caminho de traduzir a palavra “inglês” para “português“.

um estranho numa terra estranha (nova edição)

Foi em 1986 que li esta fantástica história de Robert A. Heinlein numa edição das Publicações Europa-América.

publicações europa-américa

Tenho agora nas mãos a edição da Saída de Emergência, primeiro volume; um lançamento memorável e integral que irei mergulhar assim que for publicado o segundo volume.

Um Estranho Numa Terra Estranha foi um leitura que deixou marcas positivas, como será agora a releitura deste épico de ficção científica?