’tá-se bem!
— Já estás a pé? — perguntou a minha mulher com a surpresa estampada em cada palavra.
— Claro, vou hoje fazer as análises.
— Olha que parece com essa pressa toda que estás atrasado para uma festa.
— A minha bexiga cheia nem te responde… minha menina.
— E tens certeza que esse laboratório já está aberto a esta hora? — a fêmea alfa estava muito inquisitiva — Podes sempre ir àquele laboratório junto à igreja de Santo António.
— Está aberto. E se por qualquer motivo tipo terramoto, peste bubónica, estiver fechado, podes ter a certeza que verto o meu litro e meio de urina logo ali no primeiro pilar à bobi.
Fora de casa acelerei o passo e em menos de 2 minutos estava a empurrar a porta, a apresentar a requisição, a receber de oferta um contentor plástico de urina, a dirigir-me à velocidade da luz para uma casa de banho ultra equipada. Aí em saltinhos cada vez menos espaçados, abri a braguilha, coloquei o pénis em posição, rasguei o plástico protector, rodei a tampa do contentor, e ufaaaaaaaa, finalmente, apontei a mangueira e disparei com imensa satisfação o líquido segregado pelos rins; quando o contentor de plástico estava pelas caniças apertei a mangueira para suspender a expulsão de urina e apontei para o urinol o restante litro e trinta decilitros…

a extracção de sangue
e lembrei-me, enquanto entregava o contentor de plástico a 37% graus, que as mulheres têm um controlo perfeito, mesmo militar sobre a bexiga: urinam, param, retocam a maquilhagem, reiniciam, conversam de futebol, param, vão tomar um chã, fazem sudoku, reiniciam ad eternum…
Seguiu-se a extracção de sangue para as análises. Aí fiz birra porque a técnica não me deixou gritar para assustar o pessoal que estava na sala de espera. Nem um gemidinho à rato pude lançar.
Triste sina a minha, nunca me deixam fazer o que quero.
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